Em Adrianópolis:
Hakan está refletindo sobre a melhor estratégia de guerra contra os Bizantinos, quando vem uma mensagem da parte deles em tom de ameaça, informando que detém o tio do Sultão, Príncipe Alim, que teria algum direito ao trono do império, irão o soltar caso Hakan não aceite pagar uma taxa triplicada aos Bizantinos e se os Otomanos perpetrarem qualquer ação contra eles, enviarão Alim com soldados e ouro com a intenção de incitar e iniciar uma guerra contra o império Otomano.
Esse se torna o maior erro de Ottaviano!
Hakan convoca alguns homens de confiança à sua sala reservada, estende um mapa sobre a mesa e apontando sobre um ponto específico do esquema faz com que os três desses homens prestem atenção.
— Quero construir um forte nessa extremidade para controlar o Bósforo e todos os navios que lá chegarão, seu nome será degolador, minha intenção é acabar com todo suprimento e ajuda militar vinda do mar. – Sultão Hakan explica.
— Mas Sultão, eles entenderão isso como instigação. – Shandar Onur Pasha diz, realmente alarmado.
— Essas terras são minhas até essa extremidade, a partir da outra pertence a eles, portanto eu realizo tudo o que eu desejar. E exijo que terminem o mais rápido possível! – Hakan determina.
Então, para que em breve seja o desespero de Ottaviano e dos Bizantinos, os homens de confiança do Sultão organizam os trabalhadores e os enviam para iniciar a construção do forte, o degolador.
Valide Sultana Aysun se aproxima de Hakan e o aconselham recomendando que o filho se case, afinal todo grande Sultão deve garantir um harém e uma prole numerosa, para manter sua honra e seu nome por todas as gerações e assim o convence, mas para a sua posição é exigida que a sua Sultana possua inúmeras qualidades, função e incumbência exclusiva da Valide durante sua seleção, embora a última palavra deva ser a do Sultão, em breve sucederá esse enlace.
Hakan faz questão de se aconselhar com o Efendi In'Arabi, o mestre e sábio, sobre seu desejo de conquistar Constantinopla pulsando em seu coração e o compromisso que virá a seguir, fazem orações juntos e trechos do sagrado alcorão para lhe lembrar do seu dever sagrado e de todo o seu legado.
Em Constantinopla:
— Não compreendo o motivo para me evitares, Dianora. – o Imperador Ottaviano se queixa, quando debruça na chaise onde a Imperatriz está recostada e ela o repudia.
— Não compreendes? O que tens feito à Rainha Brina desde as núpcias para que o amargor surgisse em sua vida de tal maneira a nos afrontar raivosa, com toda a razão? – Dianora questiona.
— Ora, se essa menina ousa afrontar a Imperatriz, hei da dar um corretivo... – o Imperador começa a dizer, quando é interrompido.
— Quando o próprio Imperador Ottaviano o merece por ter violado seus sentimentos... – a Imperatriz ousa dizer.
— Dianora! – ele a repreende.
— Ouça a minha petição e atenda, leve consigo a Rainha Brina ao concílio para que possa observar o andamento dos procedimentos na sala do trono, ela deve participar de sua vida como sua consorte, é seu dever e o direito dela. – a Imperatriz Dianora pede e Ottaviano resmoneia e manda convocar a Rainha e segue adiante dela.
Ottaviano caminha para a sala do trono e sente que a Rainha Brina vem logo atrás, adentra e assenta e ela ao seu lado esquerdo, com toda a corte à direita, são servidos com vinho e logo começa o concílio com as primeiras demandas do dia, são questões a respeito do exército, armamentos, relacionadas a contagem e exposição a respeito da qualidade e quando chegarão as novas encomendas, logo depois os assuntos tratados são as taxas e o tesouro imperial, sobre o empobrecimento de parte do povo e a possibilidade de diminuição da arrecadação e determinada parte da província. Seguem com outros pontos, até que vem o povo com sua necessidade de julgamentos.
Rainha Brina está ao lado do Imperador, que até esse momento, não a observa ou consulta em nenhum instante, mas ela insiste em interferir em algumas situações, para mostrar que está presente.
Em julgamento, cujo Romano é acusado de roubar uma cabra, porém, seus vizinhos viram que ele estava com fome e tudo o que fez foi apenas tirar um pouco de leite para saciar sua fome, mas o animal se assustou e fugiu, não tendo sido o homem que o roubou, afirmado por testemunhas.
— Se me permite, Majestade... Penso que a esse homem pode ser dada a misericórdia, uma vez que é provada a sua inocência através da prova, me parece verdadeira. – Rainha Brina diz e todos olham para ela, alguns membros da corte concordam e logo a sentença favorável é dada.
— No julgamento, o Romano é acusado de roubar joias de seu senhor, vender a outra senhora, dizendo que ganhou como presente e os dois trazem testemunhas.
— Se me permite, Majestade... Penso que esse homem merece a justiça, sua culpa está provada. – ela arrisca dizer e o Imperador lhe olha curioso, desta vez também a sentença é a mesma.
Finalmente as atividades na sala do trono cessam, todos seguem para o banquete, quando Ottaviano levanta vira na direção de Brina.
— Uma mulher deve se ater a administração do palácio e do harém e não interferir nos assuntos do reino, Rainha, saiba o seu lugar e não terá problemas. Se deseja permanecer na sala do trono, fale apenas quando for consultada ou se tiver a minha permissão, apenas a Imperatriz tem a liberdade de falar livremente, portanto mantenha-se calada. – Imperador Ottaviano diz, vira as costas e sai.
Rainha Brina fica chocada e permanece sentada por um tempo, logo depois se levanta furiosa com a arrogância do Imperador e segue para o salão do banquete, fazem a refeição em silêncio e quando terminam, seguem para suas alcovas.
Observam um silêncio por parte do Sultão, não há o pagamento de taxas e nenhuma ação até o momento, isso deixa o Imperador Ottaviano e seus homens de confiança suspeitando do que pode vir pela frente, estão todos preocupados com as suas ações.
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Fetih
Historical FictionDiante do maior desafio de sua vida, Hakan lutará para ascender ao trono e terá que fazer uma escolha e dela dependerá não apenas o seu futuro, mas de todo o império Otomano. Conquistar não é apenas subjugar ou tomar posse sob a força das armas, mas...