Diante do maior desafio de sua vida, Hakan lutará para ascender ao trono e terá que fazer uma escolha e dela dependerá não apenas o seu futuro, mas de todo o império Otomano.
Conquistar não é apenas subjugar ou tomar posse sob a força das armas, mas...
Ao amanhecer há uma agitação no harém com o retorno das escravas, Adone e Rainha Abelie estão as aguardando.
— Muito bem, boa parte de vocês cumpriu bem o seu papel. Agora me diga qual é o seu nome, querida. – Abelie diz para todas e pergunta para a escrava que dormiu com o Rei na noite anterior.
— Francesca, Alteza. – a mulher responde com grande temor.
— Seu Rei está satisfeito com seu desempenho e deseja fazer de você sua concubina, a partir de hoje seu status muda aqui, Francesca. Adone lhe mostrará onde você vai dormir.
— Muito obrigada, grande esposa real. – Francesca diz.
— Quanto a vocês, algumas se tornarão servas porque não agradaram a seus senhores, as que eu chamar, acompanhem o Adone, as demais continuarão como escravas. – Rainha Abelie diz e chama cinco escravas pelo nome, que saem se lamentando.
— Vamos, mantenham a ordem no harém, continuem suas atividades! Há muito o que se fazer, hoje teremos um enlace. – Adone diz e todas as mulheres começam a se movimentar e a Rainha sorri.
Ottaviano desperta cedo, faz seu desjejum e não tarda a se banhar e arrumar com as vestes e joias imperiais, com a ajuda de Mario, seu servo de confiança, sabe que não pode evitar esse enlace, então que seja o mais breve possível, para que possa regressar para os braços de sua Imperatriz Dianora.
Adamo, Cesare, Vicenzo, Salvatore estão decididos a ir à alcova do Imperador, porque ele não pode desistir dessa aliança vantajosa com Gênova, que tem um poderio militar e naval importante, além disso, pode anexar as terras após a morte de Pancrazio, situação que só foi possível ser compreendida e aceita por Ottaviano após muito empenho da Imperatriz Dianora.
Mas no caminho acabam se encontrando nos corredores, para o alívio dos homens de confiança do Imperador, seguem para o salão do fumo, onde os cavalheiros estão reunidos, depois é convidado pelo Rei Pancrazio para conhecer todo o forte, conversam a respeito de Gênova sobre todo o caminho.
Princesa Brina se espreguiça e logo vê suas damas diante de seu leito, levanta e vai se arrumar, sabe de seus deveres, afinal é hoje o dia que começa o seu martírio, pensando nisso seu coração fica constrito, refletindo sobre a distância que em breve estará de sua mãe e de seus preciosos conselhos, mas seguirá fazendo qualquer sacrifício por amor à ela e sua frágil saúde.
— Alteza, devemos começar a prepará-la para o grande momento, todas a esperam no harém. – Elea diz e Brina concorda e se deixa conduzir.
Assim que adentram o harém, todas as mulheres param para recebê-la, a levam para o banho especial, relaxante e bem demorado, é verdade que a Princesa está precisando de alguns momentos para acalmar sua mente inquieta. Logo depois segue para os tratamentos de beleza, então massageiam a pele e perfumam, penteiam os cabelos, a vestem como noiva com um longo vestido branco de mangas longas e acinturado, véu branco e sandálias, adornam com pulseiras, anéis, brincos, colar e a coroa.
Ao entardecer os convidados vão chegando ao forte e direcionados ao palácio, mais especificamente ao salão nobre, para que sejam recepcionados pela família real genovesa, principais anfitriões do cerimonial do enlace do Imperador Ottaviano e Princesa Brina.
Rainha Abelie está belíssima em seu traje vermelho e dourado, merecendo elogios por onde quer que vá, assim como o grande Rei, que está vestido em azul e dourado, ambos ricamente adornados.
Ottaviano escolhe vestes pretas com bordados dourados, usa sua coroa cravejada com pedras preciosas, mas não exibe nenhum sorriso, não está nem um pouco satisfeito com essa aliança e não faz questão de esconder.
Todos os convidados já circulam pelo salão e elogiam a Rainha por seu esmero de todos os detalhes na organização da celebração, agora aguardam com ansiedade a futura consorte, que deve chegar em breve acompanhada por Adone e suas damas.
Sacerdote Giuseppe está posicionado para iniciar o cerimonial e recomenda que tragam a consorte quando o Rei Pancrazio assim desejar.
— Que a Princesa Brina venha à nossa presença. – Rei Pancrazio diz e Rainha Abelie acena discretamente para Adone, que sai imediatamente para cumprir a ordem de sua Alteza.
Enfim é chegado o momento do grande sacrifício de Brina, que pensa em recusar no momento em que tiver que responder, embora saiba que a Rainha muito será humilhada se o fizer, além de conhecer seu destino e a grande aflição que infligirá ao pobre coração de Abelie.
Está decidida a enfrentar seu destino por sua mãe!
— Está pronta, Alteza? – Adone a tira da distração.
— Sim, podemos ir. – Brina respira fundo e diz.
Ajustam o seu véu e seguem com as damas ao seu redor, Brina caminha pelos corredores do palácio como quem segue os do cárcere ou da masmorra, um sentimento de dor e confusão toma seu coração, lágrimas se acumulam em seus olhos, mas será forte e não derramará uma só delas diante do Imperador.
Eis que estão agora diante do Rei e Rainha Abelie, Brina os reverencia e cumprimenta os homens de confiança de Gênova e de Constantinopla, em seguida faz uma vênia para o Imperador e se posiciona ao seu lado e é abençoada pelo sacerdote Giuseppe.
Todos os convidados estão surpresos com tamanha beleza da Princesa e aguardam ansiosos pelo cerimonial, que começará em instantes.
Então o sacerdote chama o casal e a família real e inicia a cerimônia cristã, estabelecendo o pacto entre as duas famílias, apenas um discreto sorriso de Brina é entendido como consentimento, afinal ela não consegue verbalizar sua resposta.
Segue com o cerimonial noivado, que é na verdade um ritual de fidelidade com as promessas verbalizadas e as entregas de garantias por parte do Imperador Ottaviano ao Rei Pancrazio, assim como a entrega do anel à Brina e a assinatura do contrato diante de todos os convidados e testemunhas.
Iniciam e estendem a celebração por toda a tarde, mas Ottaviano só consegue pensar em partir para estar ao lado de Dianora, principalmente nesse momento, uma vez que sua pesada obrigação está cumprida. Espera ansiosamente até que a comemoração seja encerrada para se despedir de Gênova, o fará assim que for possível, sem ferir as questões relacionadas à aliança recém conquistada.
Aos poucos os convidados vão partindo e todos vão retornando às suas alcovas para descansar, afinal de fato é um dia exaustivo para todos e alegre para muitos, não para os noivos.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
