𝟎𝟏𝟕 | 𝒑𝒕.𝟐

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- Eddie? - Eu ainda estava meio confusa do garoto estar ali. - Algum problema?

- Não... - Ele reparou que eu estava chorando e deu uma pausa para continuar - Eu só queria te devolver sua pulseira, eu achei lá em casa. 

Ele me entregou a maldita pulseira e por um momento eu não acreditei no que estava ouvindo.

Não era uma pulseira, era uma história. Eu sabia que aquilo significava muito para ele, pelo menos na época que a gente namorava.

- Ah, sim... Eu trago sua palheta amanhã. 

- Isso seria ótimo - Ele deu um sorriso de canto e se virou para ir embora. - Nós vamos fazer dupla no passeio escolar, Harrington.

- Vamos?

- Você não estava prestando atenção no que a professora falava, né?

- Ela é uma vaca.

Eu notei seu rosto formar um sorriso, então ele acenou sua cabeça e foi embora.

Eu não sei por que eu esperava que ele falasse algo, qualquer coisa. "Nossa, você está bem?" ou algo do tipo. Era isso que eu esperava de qualquer pessoa, mas ninguém parecia se importar.

Eu fui até o estacionamento da escola, onde havia o telefone. Coloquei o número de Steve, e rapidamente o garoto atendeu.

- Oi, Steve! 

- Summer? - Ele fez um tom surpreso - Aconteceu algo?

- Você poderia vir me buscar daqui uns... - Eu olhei para o meu relógio - Trinta minutos?

- Claro, mas o que você fez? 

- Eu não fiz nada, idiota. Só vem. - Eu ri e desliguei o telefone.

Alguns meninos que estavam com a camisa do Hellfire apareceram, eles estavam entregando panfletos pela escola. Eles me olharam com uma cara de assustados e começaram a cochichar: "ela é a namorada do Harry, não deve gostar dessas coisas".

- Poderiam me dar um? - Eu pedi e os garotos me deram com um pouco de medo.

O panfleto era a cara do Eddie, eu não deixei de rir. Também tinham alguns toques de Dustin. Eu guardei o papel em meu bolso e olhei novamente em meu relógio. Merda, eu estava atrasada para minha sessão de terapia.

Eu passava os quinze minutos que haviam de tempo livre conversando com a psicóloga do colégio. Ela era uma pessoa que eu confiava muito, por mais que fosse só uma terapeuta.

- Bom dia e desculpe o atraso! 

- Oi! - Ela disse assim que eu entrei em seu escritório. - Como foi o final de semana?

- Foi normal, eu fiquei vendo uns filmes.

- E aconteceu algo no seu dia até agora? - Ela perguntou interessada.

- Talvez - Eu demorei um pouco para falar - Sabe o meu ex namorado? Ele veio me entregar uma pulseira antiga que eu lhe havia dado.

- E como você se sentiu com isso?

- Eu me senti mal. Eu sei que fui quem terminou, mas mesmo assim é estranho. Era a única coisa que ele ainda guardava e eu achei que significasse algo para ele. 

Em todos os momentos ele me trata como se eu fosse a culpada de tudo, todos me tratam assim, na verdade. Eu não sou a vilã, eu não quero ser a vilã. 

Mas é muito cansativo.

Eu senti minha alma aliviar por falar aquilo, mas estava triste. Eu me sentia dramática, desde pequena meus sentimentos sempre foram invalidados, então falar sobre isso não era meu forte.

𝗟𝗢𝗩𝗘 𝗦𝗨𝗠𝗠𝗘𝗥 - Eddie Munson.Onde histórias criam vida. Descubra agora