𝟎𝟎𝟒

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Eddie me deixava puta na maioria das vezes. Não só por que ele me irritava, e sim pelo fato dele simplesmente respirar. Eu estava realmente cansada de viver com ele.

Eram 19:00 da noite e nós estávamos jantando o resto de comida que Steve tinha trazido mais cedo.

- Passa o ketchup, aí. - Pediu o garoto que estava sentado do meu lado.

- Quais são as palavrinhas mágicas? - Perguntei dando um sorrisinho.

- Vai logo? - Disse na tentativa de não ser rude.

Eu suspirei sem paciência e lhe entreguei o ketchup antes que pulasse em seu pescoço de uma forma negativa.

Quando terminamos de comer, fui até o quarto na intenção de dormir, eu estava morta de cansada e não iria aguentar mais 5 minutos em pé.

Eu deitei na cama e estava pronta para dormir. Foi quando Eddie entrou sem camisa no quarto, seu peitoral tatuado estava totalmente à mostra, por alguns segundos eu entrei em completo choque. Ele andou malhando? Não sei, mas ele tinha um belo corpo.

- Eu sei que sou um gostoso, mas fecha a boca senão entra mosca. - Quando ele disse aquilo, eu percebi que eu estava praticamente babando.

Eu tentei me justificar mas as palavras não saiam direito de minha boca. Ele me olhou estranhando a situação e perguntou:

- Tá tudo bem?

- Eu só preciso dormir... - Dei uma desculpa, mas não era mentira.

- Tá bom, vou te deixar sozinha então.

Eddie puxou a maçaneta, mas ela não abriu. Ele puxou pela segunda vez com mais força, mas a porta insistia em ficar fechada. Ele tentou três, quatro, cinco vezes e nada.

- Meio que a porta emperrou. - Falou ele olhando em minha direção.

Eu me levantei para tentar abrir a maldita porta, não era possível, parecia que o destino estava contra mim.

- Vamos juntos, com força.

Nós ficamos dez minutos tentando abrir aquele caralho, então desistimos.

Eu estava trancada com um pedaço de mal caminho sem camisa.

- E o Walk Talk? - Questionou o garoto.

- Na sala...

- Merda. O que faremos agora? - Perguntou Eddie.

- Acho que rezar é uma boa solução.

Nós ficamos ali por longos trinta minutos em completo silêncio. No completo tédio. Eu estava tentando pensar em algo que fosse legal, e eu tive a melhor ideia possível.

- Vamos jogar um jogo? - Sugeri antes que o tédio nos matasse.

- Que jogo? Espero que não seja nenhum jogo que envolva ratos e bodes.

- Que tal verdade ou desafio?

- Só nós dois? - Ele arqueou uma sobrancelha, mas pareceu animado com a ideia.

- É! - Exclamei procurando uma garrafa - Vamos, vai ser legal!

Eu peguei uma garrafa de cerveja que tinha em um canto do quarto, e então começamos o jogo.

- Ok, você pergunta para mim - Falei.

- Verdade ou desafio?

- Verdade.

- Hum, deixa eu ver... - Ele fez uma cara pensativa e logo completou - É verdade que você já quis ser algum animal?

- As vezes eu queria ser um leão.

𝗟𝗢𝗩𝗘 𝗦𝗨𝗠𝗠𝗘𝗥 - Eddie Munson.Onde histórias criam vida. Descubra agora