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⚠️  alerta de gatilho: Morte,e uma leve menção a uma crise de ansiedade controlada. Leiam com sabedoria e respeitando seus próprios limites!! A autora agradece

Amélia's pov

| Monza, Itália.

"Alô?"

"Amélia...er..seu vô..."

"Meu avô...?" Falei influenciando Remy a completar a notícia, enquanto sentia meu coração se acelerar, já sabendo o que esta por vir.

" Seu avô morreu Amélia, eu sinto muito" Minha mãe disse com a voz embargada e eu automaticamente senti minhas pernas fraquejarem, enquanto a saliva da minha boca se tornava algo amargo.

O ar agora era algo difícil de ser encontrado. Meu peito subia e descia rapidamente em uma sequência nada agradável. Dei alguns passos para trás na esperança de achar uma parede para me equilibrar, mas minhas pernas bambas se enrolaram uma na outra e eu acabei tropeçando.

Senti fortes braços me agarrarem pela cintura antes que eu caísse por completo, e desabasse ali mesmo no chão do paddock.

"Seu avô morreu". Poucas palavras na vida tinham me machucado como essas. Jean não era meu avô de sangue, mas sempre me tratou como neta, e por algum motivo tínhamos uma conexão inexplicável, comparada aos outros netos. Eu realmente não estava preparada para dizer adeus.

Senti meu celular ser roubado de minhas mãos e meu pai falar algumas coisas, mas não tinha certeza nem o que era, muito menos se ele falava com a minha mãe ou comigo. Tudo o que se passava na minha cabeça eram os momentos vividos ao lado do velho francês.

- Amélia...Amélia minha filha, você consegue me ouvir ? - O Hamilton mais velho perguntou preocupado enquanto passava seus dedos pelos meus cabelos. Apenas acenei minha cabeça em concordância.

- Ótimo, isso é ótimo Amy! Você pode respirar e inspirar aos poucos ? - Pediu novamente e aos poucos eu fui regularizando minha respiração, apenas as lágrimas seguim lá. - Sinto muito pela sua perda Amy, sei o quanto o Jean era especial para você. Quer ir para o meu motorhome?

- Quero ver o Pierre, me leva até o motorhome dele por favor - Pedi com a voz baixa, preocupada com meu irmão mais velho.

Meu pai acentiu e com delicadeza me ajudou a levantar, me encaixando em seus braços e me levando até o motorhome de Gasly.

O Hamilton mais velho nos levou até o hospitality da Alpha, e após a acessora da equipe autorizar, logo estávamos lá dentro, procurando a sala de Pierre.

Ao que paramos em frente a porta branca com o nome do meu irmão mais velho, senti meus pelos se arrepiarem ao que um alto barulho emanou de dentro da sala.

- Pode ir resolver seus últimos problemas Pai, te mando mensagem mais tarde e obrigada por me ajudar - Falei me soltando de seus braços e Lewis me analisou por alguns instantes, conferindo se eu realmente estava bem, e aos concluir que eu estava um pouco mais calma, deixou um beijo em minha testa, e após sussurrar um "fique bem, e me ligue se precisar" virou as costas e saiu.

Respirei fundo antes de finalmente criar coragem para abrir a porta, já sabendo que encontraria um Pierre transtornado ali dentro. Desde sempre o francês é sensível à perdas. Bati na porta duas vezes apenas para anunciar minha entrada e em seguida dei os primeiros passos para dentro da sala. Fechando a porta atrás de mim, assim que entrei por definitivo.

Surpreendentemente, Pierre não estava tão transtornado como eu imaginei, muito menos sozinho. Mas a cena de Gasly encolhido contra o corpo de Charles enquanto chorava igual um bebê, e cacos de um vaso quebrado do outro da sala, partiram meu coração, e as lágrimas que tinham se cessado, voltaram a cair.

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