Capítulo 11

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Lexa inspirou profundamente e um sorriso se formou em seu rosto quando constatou o aroma das flores. Não precisava abrir os olhos para saber onde estava. A grama espetava seus braços, mas a sensação do sol de fim de tarde aquecendo sua pele fazia tudo valer a pena.

— Você não sabe o quanto está linda neste momento. — alguém sussurra perto dela e Lexa abre os olhos.

O rosto da intrusa faz o sorriso da morena aumentar.

— Costia! Não chegue assim na ponta dos pés. — reclamou tentando parecer brava.

— Como pode se assustar se estava me esperando? — Costia perguntou com um sorriso convencido nos lábios, o olhar devorando Lexa.

— Você não precisa me secar desse jeito! Sou apenas sua — Lexa revira os olhos e se senta, Costia senta ao lado dela na grama e a abraça. — Senti saudades — Lexa sussurrou.

— Também senti saudades, os últimos dias tem sido uma loucura .

Uma mecha de cabelo cai sobre os olhos de Costia e Lexa a coloca atrás da orelha da moça. Costia a olhava com amor e o peito de Lexa se encheu de conforto e felicidade.

— Eu amo você! — disse espontaneamente, as bochechas ficando vermelhas.

Costia sorriu amavelmente e rolou para cima de Lexa derrubando as duas na grama.

— E eu te amo! — Costia gritou, fazendo Lexa rir e olhar para os lados timidamente.

O barulho irritante do alarme de celular desperta Lexa. Seu coração está acelerado e seus olhos estão marejados. Ela respira fundo e toma um pouco da água que fica na cabeceira da cama. Já fazia muito tempo que eu não sonhava com Costia... Mas... Não. Não foi um sonho! Era uma lembrança da primeira vez que as duas trocaram declarações em voz alta. Uma das lembranças favoritas de Lexa, parecia uma prova de que Costia foi real.

A mulher pisca algumas vezes para se livrar das lágrimas que insistem em encher seus olhos e segue para o banheiro.

Deixa a ducha quente fazer o corpo relaxar e tenta deixar as preocupações descer pelo ralo.

Ela sai do chuveiro se sentindo renovada e faz o melhor para não pensar nos olhos azuis cheios de amor que continuam em sua mente.

* * * *

Lexa estacionou em frente ao prédio do laboratório. Não tinha muitas coisas para resolver no prédio, mas queria checar tudo antes de entrar em contato com o acampamento e descobrir como as coisas estavam por lá.

— Bom dia, doutora Grigori — Indra a cumprimenta assim que a mulher passa pelas portas automáticas e a acompanha até o elevador.

— Bom dia, Indra. Alguma coisa para hoje?

Ela olha num bloco de notas e fala rapidamente:

— O detetive veio mais cedo e já está à sua espera, tem uma senhora muito transtornada conversando com ele e que deseja falar com a senhora urgentemente.

Quem poderia falar comigo tão cedo?

— Que senhora? Ela falou com Anya?

— O nome dela é Abigail Griffin, a filha dela é uma de suas estagiárias. A doutora Anya ainda não chegou — ela falou e voltou para o balcão.

A mãe de Clarke fazendo uma visita e Anya se atrasando no mesmo dia? O dia começou bem estranho.

Lexa tentou se preparar para o que encontraria em seu andar, mas não tinha certeza de qual cenário pintar, então tentou deixar a arrogância de lado. Precisava parecer calma e neutra. As portas do elevador se abriram e a atenção da mulher foi atraída para o detetive que consolava a mãe de Clarke.

— Senhora... Eu sei .... Nós vamos..

Ele falava tão baixo que ela não podia entender tudo o que diziam até chegar bem perto. Lexa ficou tensa, por que a mãe de Clarke parecia tão desesperada?

— Com licença... — falou e os dois se viraram bruscamente — Aconteceu alguma coisa?

— Oh, Lexa, graças a Deus! Podemos conversar em particular? — a mãe de Clarke pergunta, se recompondo. Seus olhos estão muito vermelhos e inchados, Lexa torce as mãos sem saber o que fazer.

Lexa troca um olhar com o policial para sondar se ele já sabe o que está acontecendo e ele acena.

— Certo, me acompanhem. — disse e os levou até a sala de reuniões.

— A senhora Griffin e eu conversamos muito, e concordamos que eu vou falar primeiro — o policial fala olhando para Abby que apenas acena com a cabeça.

Lexa olhou de um para o outro sem entender nada. Por que Clarke não estava ali? Subitamente a mulher se lembrou de que tinha combinado de ligar para a loira na noite anterior, mas a entrevista a deixou tão cansada que ela esqueceu.

— Assistimos as fitas de segurança do andar em que se originou o vazamento de gás e constatamos que entre o horário de 9 e 10 horas da manhã de quinta feira não tem gravação. Cortaram.

Lexa piscou e sentiu as mãos suarem. Que horas recebeu a ligação de Anya aquele dia? Era cedo, tinha certeza. A mulher se lembrou de uma conversa com Clarke.

Vai ser divertido. Clarke argumentou em meio as carícias que trocava com Lexa na barraca escura 8 horas da manhã não é tão cedo.

Não é pelo horário, Clarke. 8 horas da manhã a mata ainda está cheia de neblina e frio.

Ah, para de reclamar Clarke disse antes de tomar a boca de Lexa em um beijo lento e profundo, passeando com a língua pelos lábios da outra e suspirando.

Você vai me beijar assim do outro lado do acampamento? Lexa perguntou sem fôlego.

Você precisa ir para descobrir.

Lexa se remexeu na cadeira, se sua memória estava certa, então a hora que Anya ligou foi entre 9 e 10 da manhã. Ela fez sinal para que o detetive continuasse a falar, uma teoria já se formando na mente da mulher.

— Mas na fita entre 8 horas e 9 da manhã a última pessoa que entra naquela sala é a Vice Presidente do laboratório. A próxima fita é a de 10 às 11, compreende o que quero dizer?

Lexa fecha as mãos em punhos. Ela não queria acreditar, mas entendia o que ele estava dizendo.

— Anya é a principal suspeita. — respondeu num fio de voz sentindo o coração afundar.

Ele assentiu, a testa franzida e o olhar afiado avaliando a mulher a sua frente.

— Se temos uma suspeita aqui, podemos juntar as peças da motivação e pedir um depoimento dela, entretanto aconteceu mais uma coisa que não faz sentido, mas que deve estar ligado a este caso. — ele explicou e olhou para Abby, os olhos da mulher estavam secos e ela olhava para Lexa fixamente, sua expressão completamente vazia. Lexa sentiu um calafrio — Clarke Grififn está desaparecida. Embora ainda não tenham passado 48 horas, a senhora Griffin já registrou o desaparecimento, além de encontrar a porta da frente aberta e indicações de que Clarke foi interrompida enquanto voltava para o quarto, temos razões para acreditar que a menina não sairia sem avisar... e de acordo com os vizinhos, você foi a última pessoa que esteve com ela.

Lexa sentiu uma tontura tomar conta e os batimentos cardíacos aumentarem. A garganta secou e as mãos começaram a suar. Isso não podia estar acontecendo. Clarke estava bem, ela tinha certeza disso.

— ... Preciso que me acompanhe até a delegacia. — o detetive completou.

Lexa era suspeita de sequestrar Clarke.

O "Mais" que eu preciso (Clexa) REVISADOOnde histórias criam vida. Descubra agora