O rosto de Clarke estava ardendo, seu estômago doía, mas o que mais a incomodava era o coração. Não saber exatamente o que estava acontecendo com Lexa a deixava muito preocupada. Algo em sua intuição dizia que Lexa não tinha um plano e realmente iria se entregar.
Anya tinha desaparecido sem dizer uma palavra após a ligação, a mulher sequer parecia satisfeita com o rumo de seus planos. Os homens também saíram apressados atrás de Anya e na correria ninguém lembrou de prender a garota novamente. Provavelmente acharam que ela estava machucada o suficiente para ficar no chão até eles voltarem, mas estavam errados. A adrenalina precisava ser suficiente para ajudar Clarke a ficar de pé apesar da dor.
Clarke conseguiu se erguer com muita dificuldade, ela queria andar até a prateleira de ferramentas e pegar uma chave de fenda ou qualquer coisa que desse para usar como arma, mas estava receosa quanto ao barulho que poderia fazer já que precisava se apoiar em algo. Decidindo que tentar chegar até as prateleiras seria muito arriscado, Clarke cambaleou até a cadeira e se sentou virada para a porta e com as mãos para trás como se ainda estivesse algemada e aguardou. Respirou fundo para acalmar o coração e a mente, precisava esquecer tudo e focar em sair dali para se concentrar. Daria certo, tinha que dar.
Se as contas dela estivessem certas, logo teriam alguma notícia de Lexa e isso poderia fazer com que visitassem Clarke, mas como ela era de biológicas as contas devem estar erradas. É, foi uma piada horrível, mas Clarke não podia evitar esse senso de humor estranho quando estava nervosa.
Quando a porta finalmente abriu, a garota ficou tensa na cadeira. Não precisava fingir o medo pois ele era muito real. O homem entrou com uma seringa. Outro sedativo? Iriam removê-la? Ele soltou um pouco do conteúdo e sorriu ao se aproximar com a seringa erguida, mas percebeu tarde demais que eu Clarke também estava sorrindo, em uma fração de segundos ele inclinou o pescoço para tentar olhar atrás da cadeira de Clarke e recebeu o joelho da garota no meio de suas pernas. O homem se curvou de dor e a garota se levantou de uma vez e jogou a cadeira na cabeça dele. O homem caiu e gemeu de dor, Clarke ofegou, não estava forte o suficiente para fazê-lo desmaiar então precisava ser rápida. A menina quase se sentiu mal pelo cara ao se abaixar para pegar o molho de chaves no cinto dele. A garota correu cambaleante para a porta e começou a testar desesperadamente até conseguir trancar a porta.
— Graças a....— ela começou a agradecer quando mãos agarraram seu pescoço e puxaram seu corpo para trás.
— Achou que ia fugir? Você não vai a lugar nenhum. — ele disse ao girar o corpo dela.
O homem continuou andando para trás e afastando Clarke da porta, o rosto da garota ia ficando cada vez mais vermelho, a garganta queimava e os olhos já ameaçavam saltar das órbitas. O troglodita não parecia preocupado em parar, ele exibia um sorriso maníaco.
Clarke se debateu e esticou os braços tentando empurrar o homem ou atingi-lo nos olhos ou orelhas. As prateleiras com as ferramentas não estavam longe, se ela pudesse se esticar mais...
A visão de Clarke foi ficando turva e até seu cérebro parecia querer desistir. Ela estava tão perto...
Com as forças falhando e os olhos fechados e as forças desvanecendo, o braço que batia no homem diminui as tentativas até cair inerte.
Clarke lembrou de Lexa falando sobre os elementos na névoa ácida. Lexa sorrindo. A sensação dos braços dela em torno do corpo de Clarke. Tinha tanta coisa que ela ainda não sabia. Como Lexa ficaria com os cabelos molhados no sol? Como o sol ia refletir nos olhos verdes dela sendo adornados por cílios molhados? Como seria a sensação da mão da mulher embaixo de sua blusa? Como seria beijar Lexa a luz do dia e em lugares abertos? Ainda tinha tantos momentos...
Clarke abriu os olhos, a mão se erguendo involuntariamente e agarrando o primeiro cabo que alcançou. Ela apenas observou quando a coisa pontuda foi parar no pescoço de seu agressor e o aperto em seu pescoço afrouxou. Não parecia ela. Ela parecia apenas observar de fora e tentar respirar com a garganta ferida. Tossindo e agarrando o próprio pescoço tentando encontrar ar suficiente. A visão da garota voltou a clarear e quando ela finalmente focou no homem convulsionando com uma chave de fenda no pescoço, levou a mão a boca para abafar um grito de horror.
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O "Mais" que eu preciso (Clexa) REVISADO
FanfictionFanfiction criada a partir da série The 100. Clarke Griffin está na reta final do curso de genética e precisa conseguir um trabalho na área antes de conseguir o diploma. Lexa Grigori é, aos 28 anos, uma geneticista reconhecida e herdeira de um dos m...