Lexa estava agoniada. Contou os livros nas paredes, contou as batidas desregulares do próprio coração toda vez que o telefone tocava com uma mensagem de Clarke, contou os segundos que levava para acalmar a respiração toda vez que Clarke a chamava de "amor", um apelido recém adquirido, porém com grande poder sobre Lexa.
Clarke e Lexa estavam namorando, mas só tinham saído para passar um tempo juntas uma vez após o jantar. As duas estavam em fase de início de relacionamento e era difícil ficar longe uma da outra, porém Clarke tinha muitas coisas para resolver com a faculdade e ficava lá quase o dia todo, em algumas noites Lexa a buscava e levava para casa. O real problema veio daí, ele nasceu com o fato de Lexa levar Clarke para casa e Abby a convidar para jantar algumas vezes. Em uma dessas vezes, quando estavam sentadas na sala da família Griffin e conversavam no sofá, bom, Lexa falar e Clarke a observava atentamente, um sorriso travesso constante em seus lábios, quando ela se curvou e sussurrou:
— Amor, eu estava pensando — um beijo longo perto da orelha de Lexa — Agora que somos namoradas há um mês, não é hora de você conhecer o meu quarto?
Foi aí que Lexa adquiriu o hábito de contar, contou os centímetros que separavam sua boca da de Clarke, contou os segundos que ficou sem respirar, contou o tempo os beijos que Clarke deixou em seu pescoço e ficou mortalmente vermelha quando Clarke gargalhou.
— Você.. tinha que... ver sua cara. — Clarke falou entre as risadas e limpou os cantos dos olhos.
Lexa ficou carrancuda. É claro que Clarke estava brincando. A morena era a única com intenções impuras e isso era realmente desconcertante, mas, em defesa de Lexa, Clarke estava jogando sujo com as sugestões que fazia.
— Qual é, Lex, não seja assim — Clarke falou manhosa. Lexa cruzou os braços e olhou para o outro lado. — Amooor, não faz assim; Me desculpa, não sabia que você estava sensível assim.— ela riu de novo e recebeu um olhar mortal da namorada — Não era brincadeira, eu juro! É que... — ela teve outra crise de risos e Lexa tentou levantar do sofá — Certo, desculpe.
Clarke se acalmou e tentou convencer Lexa a olhar para ela.
— É que você é tão adorável agindo como uma adolescente em seu primeiro relacionamento, tão galante e educada que eu não pude resistir a implicar com você, pode me perdoar? — ela inclinou a cabeça adoravelmente — Vamos amor, eu quero te levar pro meu quarto.
Lexa semicerrou os olhos para Clarke para tentar salvar seu orgulho.
— Quem disse que eu quero conhecer seu quarto?
— Não quer? Certo, tudo bem. Vamos segurar na mãozinha então. Mas tenho certeza de que existem outras pessoas que estariam muito mais que dispostas a conhecer meu quarto. — Ela sustentou o olhar de Lexa desafiadoramente — Eu não precisaria nem insistir, saiba disso.
Lexa bufou, já sabia que tinha caído na armadilha.
— Eu sou a única que conhecerá o seu quarto. — Lexa falou com resignação — E pode ter certeza de que eu não ofereço resistência, logo você não tem que usar sua persuasão, acho que todo mundo sai ganhando.
— Você é realmente sexy com ciúme, sabe disso? — Clarke sussurrou se aproximando.
— Eu não sou ciumenta. — Lexa respondeu sem muita convicção, a voz baixa de Clarke já a distraia o suficiente.
— Mas é mandona, não é? — os olhos azuis se acendem e seu sorriso fica maior — Ei, sabe que o que disse foi bem territorialista, não é? Sinceramente, não sei como vou dormir hoje.
— Pff, você não cansa de chutar uma mulher caída em, Clarke. — Lexa resmungou e puxou a menina para mais perto, quase em seu colo.
— Eu deveria pegar leve com você?
— Não, você vai me pagar por tudo isso um dia. — Lexa piscou e deixou a promessa no ar, foi a vez de Clarke ficar desconcertada. A loira se acomodou no sofá em silêncio.— Você parece exausta, acho que eu devo ir e te deixar descansar um pouco.
— Ou você poderia ficar.
— E conhecer seu quarto?
Seus olhos brilharam maliciosamente:
— Talvez.
— Sua mãe não gostaria nada disso. — Lexa falou, tentando mudar o sentido da conversa.
— Eu sei, mas eu gostaria. — Clarke respondeu com a voz cansada.
— Eu também.— Lexa suspirou.
Clarke se reclinou sobre ela e as duas se aconchegaram em um abraço torto por algum tempo até Abby aparecer no corredor e sorrir para Lexa de uma forma que diz "hora de ir".
— Sky girl, eu preciso ir.
— Já? — Clarke resmunga e fez seu adorável biquinho.
Lexa se curvou e depositou um selinho nos lábios da menina.
— Infelizmente sim, mas eu tenho uma proposta.
Clarke se senta rapidamente, o corpo curvado e sua atenção "semi acordada".
— O que?
Lexa finge estar ofendida.
— Jesus, Clarke o que está acontecendo com você hoje?
Ela sorriu e deu de ombros.
— Período fértil? Você? Quem sabe?
Lexa passou a mão no cabelo exasperada.
— Bom, minha proposta é totalmente decente e respeitável, obrigada pelo crédito. — Clarke revirou os olhos com tédio — Mas, como sou muito galante e educada gostaria de convidá-la formalmente para um passeio no parque no final de semana. Só algumas horas.
— Amor, você sabe que pode ter todas as minhas horas livres do final de semana, mas se quer só algumas, quem sou eu para negar? Você é tão modesta.
— Maravilha! Você não vai se arrepender, dou minha palavra.
— Acho bom, meu tempo é precioso, sabe?
Lexa se curvou para um beijo demorado de despedida e saiu da casa de Clarke leve como uma pluma. Finalmente teria o segundo encontro com sua namorada.
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O "Mais" que eu preciso (Clexa) REVISADO
FanfictionFanfiction criada a partir da série The 100. Clarke Griffin está na reta final do curso de genética e precisa conseguir um trabalho na área antes de conseguir o diploma. Lexa Grigori é, aos 28 anos, uma geneticista reconhecida e herdeira de um dos m...