Clarke acordou sentindo o corpo pesado e dolorido. Tentou esticar os braços para se alongar e percebeu que estava sentada e com os pulsos amarrados. Abriu os olhos com dificuldade e piscou para afastar a sensação de areia nas pálpebras. Onde estava? O lugar era escuro e não dava para definir bem, mas parecia pequeno e com certeza estava empoeirado. Tentando forçar as mãos mais uma vez, Clarke começou a se dar conta da gravidade de sua situação: estava amarrada em uma cadeira, em um local fechado, escuro e desconhecido. Como foi parar lá? A garota tentou forçar a memória, mas seus pensamentos estavam enevoados e entorpecidos. Seu pânico crescente a fez se movimentar cada vez mais, a corda áspera arranhava seu pulso e o seu balançar fez a cadeira virar. Uma dor em seu braço a lembrou do curativo da picada de cobra e assim que inspirou profundamente teve vontade de vomitar e a tontura piorou? Tinha sido dopada?
A porta se abriu e uma luz amarela entrou no recinto, Clarke tentou aproveitar a luz para focar absorver o lugar ao seu redor, mas não conseguiu se orientar com a tonteira. Uma figura alta ocupou sua linha de visão e a menina se encolheu.
— Tenha cuidado, princesa — o homem sem rosto, com tom de voz e jeito rude endireitou a cadeira e apertou as cordas. Os movimentos deixaram Clarke ainda mais enjoada e tornou impossível de tentar ver o rosto do homem — Não se preocupe, vou te ajudar com essa tonteira. — ele disse atenciosamente e então a menina sentiu uma picada no pescoço seguida de um sono induzido por calmantes.
Memórias desconexas assombraram os cantos de sua mente enquanto o calmante fazia efeito. Estava em casa estudando. Lexa tinha feito uma visita. Olhos verdes confusos e preocupados. Lábios suaves e ansiosos.
4 horas antes.
Um casal normal teve dois filhos normais e um filho com albinismo, doença genética, condicionada por um único par de alelos, caracterizada pela ausência de pigmentação na pele, cabelo e olhos.
Com base neste caso, é correto afirmar: ...
— É correto afirmar que...? — Clarke murmurou ao ler a mesma pergunta pela terceira vez. — Não dá, preciso de uma pausa.
Clarke tinha usado metade do dia para estudar já que Lexa a tinha liberado dos compromissos com o estágio. A garota largou a lapiseira, fechou o caderno e apoiou a testa na escrivaninha fria, apesar de gastar tantas horas estudando, não importava quantas vezes lesse as questões, simplesmente não conseguia chegar à uma resposta porque no meio do caminho outras coisas invadiam sua mente. Agora seus pensamentos a levaram para o impasse de ligar ou não para Lexa. Já tinha mais de 48 horas que voltaram da viagem, se a mulher quisesse falar com ela já teria entrado em contato. Clarke balançou a cabeça com o rumo de seus pensamentos, estava parecendo manha de saudade, mas era apenas preocupação. Pelo que escutou no noticiários na noite anterior, o vazamento no laboratório parecia ter sido mais sério do que Lexa comentou. Se a mulher estivesse cheia de problemas, ela compartilharia com Clarke?
O som da campanhia chegou aos ouvidos da loira e ela resmungou. Se ignorasse a pessoa iria embora. Respirou fundo e esperou.
Duas... Três... Quatro.
Que pessoa insistente.
— Que droga! — reclamou ao descer as escadas pulando os degraus de dois em dois e parou na porta para respirar antes de abrir — Oi! Me desculpe por... Lexa?
— Olá, Clarke — Lexa cumprimentou e sorriu.
Clarke sentiu as bochechas esquentarem e piscou para se recompor.
— Oi, entre, por favor.
Clarke levou Lexa até a sala e as duas se olharam desajeitadamente, Lexa completamente sem graça e Clarke desorientada por ter aquela mulher em sua casa.
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O "Mais" que eu preciso (Clexa) REVISADO
FanfictionFanfiction criada a partir da série The 100. Clarke Griffin está na reta final do curso de genética e precisa conseguir um trabalho na área antes de conseguir o diploma. Lexa Grigori é, aos 28 anos, uma geneticista reconhecida e herdeira de um dos m...