Capítulo 28

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Uma chuva torrencial típica do clima louco de Seattle caia lá fora, Clarke olhou pela janela mais uma vez e suspirou pesadamente. Era assim tão difícil ter um tempo com a própria namorada?

— Ficar olhando pela janela não vai fazer a chuva parar, Clarke. — Abby comentou divertida enquanto procurava suas chaves.

— Teve a semana toda para chover, ai eu marco um piquenique e voilá chuva.— Clarke reclamou sem se importar com o tom de pirraça.

— Sei que vocês não passam muito tempo juntas, Clarke, mas mesmo que não estivesse chovendo, ela não teve uma reunião de emergência?

— Sim, a nova vice-presidente vai precisar de certo treinamento e Lexa concordou em ter algumas reuniões com ela para ajudar na transição e para lidar com tudo já que ela vai ser a única no comando por lá durante algum tempo. — Clarke explicou o que Lexa tinha dito pela manhã — Só é um pouco frustrante, entende? Eu realmente queria ver ela hoje.

Abby assentiu.

— Amor jovem é assim. É um pouco difícil conciliar o início com a correria, mas vocês vão conseguir. Tente ligar mais tarde, ainda podem combinar alguma coisa. — ela olhou para o relógio e suspirou — Bom, preciso ir, filha, não sei que horas eu volto hoje, aquele lugar está caótico.

Clarke ergueu uma das sobrancelhas para ela quando Abby lançou um beijo no ar de despedida, aquele caos de que ela falava tinha nome e usava gravata. Clarke sorriu, sabia bem que a mãe estava pegando horas extras para passar mais tempo com o novo amigo, só que nem a própria Abby tinha se dado conta — mesmo que ela falasse dele o tempo todo.

Clarke pegou o controle da televisão e colocou no primeiro canal com um filme para tentar se distrair, mas toda vez que o celular vibrava a menina pegava ansiosa para ver se era Lexa com alguma proposta. Clarke suspirou e tentou deixar a mulher fora dos pensamentos por algumas horas, mas quanto mais tentava mais tinha vontade de saber que roupa ela estaria usando ou se ela estava bem humorada, se estava gostando de ser instrutora de alguém que faria seu trabalho, se voltar ao escritório a deixava perturbada, gostaria de saber se ela estava usando jaleco, talvez Lexa pudesse usar um jaleco só para Clarke. Apenas o jaleco.

— Meu Deus, o que eu tô pensando? Estranho. — sacudiu a cabeça para afastar os pensamentos — Essa mulher está me deixando maluca.

[...]

Os limites do tédio ameaçavam tomar conta de Clarke assim que alcançou a metade do filme Coração de tinta, o segundo que ela assistia naquela tarde; o celular vibrou no sofá e Clarke o pegou desanimada, já estava perdendo a esperança de que Lexa entraria em contato. Ao ver o nome no identificador um sorriso ameaçou rachar seu rosto.

Oi, babe. — Lexa cumprimentou e Clarke sentiu o coração inflar.

— Oi, baby.

— Estava com saudade de você.

— Eu também senti a sua falta hoje, A chuva e a reunião estragaram os nossos planos.

— Quer ir até o meu apartamento? — Lexa sugeriu — Podemos assistir um filme com cobertor, a gente pede uma pizza... o que acha?

Exausta de assistir filmes, Clarke apertou o telefone sem acreditar na própria empolgação.

— Claro! Que horas? — A voz de Clarke saiu um pouco estrangulada.

— Pode ser 19:00? Eu posso ir te buscar se quiser.

— Eu posso chamar um táxi, não se preocupe.

O "Mais" que eu preciso (Clexa) REVISADOOnde histórias criam vida. Descubra agora