introdução

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Bruxas fazendo chover, um entalho de 1489.

Magia envolvendo o clima é uma forma de feitiçaria encontrada por todo o mundo.

Magia climática destrutiva, aliada à magia causadora de outros desastres naturais,como fome e infestações de gafanhotos, foram, ao longo da caça às bruxas, incluídas entre os maleficia ou ações malignas efetuadas por bruxas.

Os contos populares a respeito de bruxaria e feitiçaria refletem geralmente o medo dos feiticeiros e certo sentimento, ou reconhecimento, do poder deles.

A “bruxa” das histórias populares é basicamente uma feiticeira (raras vezes
acusações derivadas da caça às bruxas fazem parte de contos populares).

Ela está intimamente associada aos poderes da natureza, e tem muitos dos atributos conferidos a um espírito da natureza.

Está próxima das “mulheres
selvagens” do folclore, que representam a rusticidade agreste da natureza em
contraste com o mundo da humanidade civilizada.

Eis um motivo comum:Uma jovem torna-se criada de uma bruxa negra na floresta.

Há um aposento secreto... onde lhe é proibido entrar.

Ela tem de limpar a casa por muitos anos...
Um dia, finalmente, ela decide abrir a porta do aposento proibido e encontra nele a bruxa negra que, graças à sua limpeza, já se tornara
quase branca.

A moça fecha a porta de novo, mas é então perseguida pela bruxa por ter transgredido o tabu.

[A bruxa] persegue a jovem, tira-lhe os filhos pequenos e faz cair sobre ela toda espécie de infortúnio [obrigando-a a mentir e a dizer que não a viu no aposento].

As histórias populares, assim como os sonhos, expressam as preocupações do inconsciente em símbolos; o significado da figura da bruxa, como o de qualquer símbolo, varia com a história.

Geralmente, porém, ela representa uma força natural elementar detentora de enormes e inesperados poderes contra os quaisuma pessoa normal é incapaz de se preparar ou defender, uma força não
necessariamente maléfica, mas tão alheia e remota ao mundo dos homens que constitui uma ameaça à ordem social, ética e até física do cosmo.

Essa maneira de retratar a bruxa é muito antiga e provavelmente arquetípica.

Essa bruxa não é uma simples feiticeira, nem uma demonólatra, nem uma pagã.

É uma presença hostil oriunda de um outro mundo.

O terror visceral inspirado por essa bruxa arquetípica ajuda a explicar o excesso de ódio e o medo acumulados
durante a caça às bruxas.

Diana.

Deusa romana da caça e protetora dos animais, Diana estava associada à bruxaria como uma deusa da noite, uma deusa do mundo subterrâneo (em sua forma de Hácate) e condutora da Grande Caçada ou tropel das bruxas.

Por vezes, as tradições célticas e teutônicas fundiram-se com as da Grécia e de Roma.

A deusa romana Diana, por exemplo, mesclou-se às deusas teutônicas da fertilidade na Alta Idade Média.

Diana era a deusa da Lua, caçadora virgem e irmã celestial de Apolo, o deus-sol.

Mas Diana nem sempre era leve e graciosa.

Sua associação com animais fez dela uma protetora bravia desses seres ao mesmo tempo que caçadora, e sua função de garantir a plenitude da caça
vinculou-a à fertilidade em geral.

Seu poder sobre a Lua associou-a aos ciclos mensais das mulheres; e os chifres do quarto crescente, simbolizando
crescimento, reforçaram o elemento de fertilidade.

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