A caça às bruxas começou a declinar em meados do século XVII, mas a
opinião popular, os intelectuais conservadores e os juízes obstinados prolongaram a perseguição, por vezes contra a vontade e as ordens do governo, que a percebia cada vez mais como fator de desintegração da ordem social.O delírio persistiu por mais tempo nos países protestantes do que nos católicos, possivelmente por causa da influência do pietismo conservador, típico do protestantismo popular da época.
Também se prorrogou por mais tempo nas áreas periféricas, após ter começado a enfraquecer nos centros culturais.
Isso era verdade no sentido amplo – a bruxaria atingiu o auge na América anglo-saxã e na Escandinávia em fins do século XVII – e no sentido restrito: a bruxaria persistiu mais no interior do que nas cidades.
O julgamento mais espetacular na Suécia ocorreu em 1669, na cidade de Mora.
Certo número de crianças do
lugar afirmou terem sido levadas por bruxas até um local chamado Blocula, onde se realizou um sabá presidido pelo próprio Satã.A maioria dos elementos tradicionais da crença em bruxas em voga na Europa emergiria durante o
julgamento; muitas das acusadas foram açoitadas e 85 delas condenadas à fogueira.
A notoriedade de julgamentos como os de Salem e Mora ajudou a indispor a opinião pública com as crenças em bruxaria.Os líderes culturais e políticos
europeus abandonaram gradualmente seu apoio e exerceram sua influência para pôr termo às perseguições.O declínio foi contínuo e a instauração de processos contra bruxas cessou virtualmente em meados do século XVIII.
A última execução por bruxaria na Inglaterra ocorreu em 1684; nas colônias americanas, em 1692; na Escócia, em 1727; na França, em 1745; e na Alemanha, em 1775.
O declínio legal da bruxaria na Inglaterra foi gradual, mas constante.Em 1684, Alice Molland foi executada por bruxaria em Exeter, quase trinta anos antes da condenação seguinte, a de Jane Wenhamem, em 1712, que foi perdoada e posta em liberdade.
Em 1717, Jane Clerk foi denunciada por bruxaria, mas o processo foi arquivado.
Em 1736, um novo estatuto revogou os de Maria daEscócia (1562), de Elizabeth I (1563) e de Jaime I da Escócia e VI da Inglaterra (1604), declarando que “nenhuma denúncia, demanda ou processo de lei será
iniciado ou levado a efeito contra qualquer pessoa ou pessoas por bruxaria, feitiçaria, sortilégio ou conjuro”.O estatuto de 1736 continuou regulando a instauração de processos contra aqueles que se pretendiam detentores de poderes mágicos, mas negava qualquer realidade a esses poderes.
Continuou vigendo como lei até 1951, quando foi substituído pelo ainda mais liberal Fraudulent Mediums Act, embora em 1963, em virtude da profanação de igrejas e
cemitérios, fosse apresentada uma petição para o restabelecimento de leis contra a bruxaria, cujos signatários supunham, correta ou erroneamente, tal violação ter sido cometida por bruxas.O estatuto inglês de 1736 e leis
equivalentes em outros países assinalaram o fim da perseguição oficial por bruxaria.
As mesmas elites jurídicas, intelectuais e religiosas que tinham iniciado e fomentado a caça às bruxas estavam agora empenhadas em dar-lhe um basta, ainda que o fizessem gradualmente; a crença em bruxaria e feitiçaria deixara de
ter sua chancela de aprovação, e só depois que essas elites dirigentes a
rejeitaram é que o apoio popular esmoreceu.A crença na bruxaria diabólica
declinou rapidamente no século XVIII até seu virtual desaparecimento, sobrevivendo apenas na lenda, na literatura e no anedotário.

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História da Bruxaria
No Ficción(EM REVISÃO ORTOGRÁFICA) ATENÇÃO! ESSE LIVRO NÃO FOI ESCRITO POR MIM o nome da escritor(a) é Jeffrey B. Russell aceito críticas construtivas! qualquer discurso de ódio ou ofensa a minorias serão excluído e o usuário será bloqueado! boa leitura ♥︎ at...