Execução das bruxas de Chelmsford,1589.
Essex foi o condado inglês mais afetado pela caça às bruxas.
Aqui se mostram três acusadas
enforcadas.Joan Prentice, uma das vítimas, também é mostrada com seus familiares, dois dos quaissão chamados “Jack” e “Gill”.
O número de processos por bruxaria declinou rapidamente após os excessos de Hopkins e apesar da persistente defesa das crenças em bruxas por parte de autores cultos.É possível que a lei de 1604 e a introdução das ideias europeias tenham ajudado a acelerar o fim da bruxaria, por quanto elas abalavam sua credibilidade: o povo comum, em sua grande maioria, não acreditava nessas ideias, e os resultados das perseguições estavam desagradando às autoridades.
O fim da guerra civil acalmou as tensões, e o governo de Cromwell não estava especialmente interessado na supressão da bruxaria.
O debate erudito em torno das crenças em bruxaria prosseguiu depois da Restauração.Em 1666, Joseph Glanvill publicou Some philosophical considerations
touching witches and witchcraft, uma defesa da crença em bruxas com base na teologia cristã.A negação da bruxaria, argumenta o autor, provinha do ateísmo.
Aqueles que rejeitam as bruxas, rejeitam o Diabo; e aqueles que
rejeitam o Diabo, rejeitam o mundo espiritual em seu todo, incluindo o próprio Deus.Mas a proposição de Glanvill foi a última rajada importante disparada
por aqueles a quem Elliot Rose chamou antissaduceus, os defensores eruditos da bruxaria.John Webster, em Displaying of supposed witchcraft (1677), atacou
Glanvill com o argumento de que a crença em Deus e nos anjos se assentava numa base teológica muito mais sólida do que a crença em bruxas, e não poderia ser-lhe sequer comparada.A obra de Glanvill foi republicada em 1681,em uma nova versão consideravelmente ampliada com o título Sadducismus triumphatus, mas o livro Historical essay concerning witchcraft, de Francis Hutchinson, editado em 1718, foi o golpe final e devastador nas crenças em bruxas.
Depois disso, alguns intelectuais podem ter continuado a acreditar em bruxaria, mas já não se atreviam a dizê-lo.
Jaime I da Inglaterra e VI da Escócia. O rei Jaime, monarca devoto que autorizou uma nova tradução da Bíblia, escreveu também um livro
crédulo sobre bruxaria intitulado Daemonologie, que introduziu na Inglaterra ideias da Europa continental acerca das bruxas andou pelos ares, transformou-se em gralha, em gato ou outras formas, e
assistiu regularmente a um coven [assembleia de treze bruxas].Desconhece-se o que teria acontecido a Isobel, mas a fama do seu julgamento parece ter chegado
a Somerset, onde, em 1664, bruxas foram acusadas de frequentar covens presididos por um homenzinho vestido de negro; firmaram um pacto, reuniram-se à noite, banquetearam-se, dançaram e voaram com a ajuda de um unguento mágico.Em 1667, Ursula Clarke, de Dunstable, foi acusada de
bruxaria ao tentar matar William Metcalfe.Após uma altercação, Ursula disse
que eleOs julgamentos prosseguiram durante a Restauração.Em Bury St. Edmunds, em 1662, mulheres foram acusadas e condenadas com base no testemunho de crianças histéricas e de letrados, e por causa de pretensos “mamilos de bruxas”.
Na Escócia, no mesmo ano, Isobel Gowdie confessou um extenso rol de crimes de bruxaria.Fez sua confissão voluntariamente e sem ameaça de tortura, e é
provável que acreditasse no que estava dizendo; o caso de Isobel é uma das mais claras indicações de que pessoas de espírito instável, sob a influência de crenças predominantes, podem acreditar a si mesmas como bruxas diabólicas.Não se pode supor que ela fosse realmente herdeira de uma antiga tradição nativa, pois suas ideias têm um matiz acentuadamente continental e derivam da tradição
erudita de Jaime I e Glanvill.Ela declarou ter encontrado o Diabo na igreja, em 1647, e aí fizera um pacto com ele,negando o batismo cristão, recebendo o novo nome de Janet, a marca do Diabo em seu ombro e tendo sido rebatizada com o próprio sangue, que o Diabo sugara dela.
Jurou vassalagem [ao Diabo]
colocando uma das mãos em sua cabeça e a outra na sola de um pé.
Frontispício para o livro Discoverie ofwitches, de Matthew Hopkins,1647.O “caçador-mor de bruxas da Inglaterra” é visto observando duas
bruxas cercadas por seus familiares.se consumiria como o orvalho contra o sol.
Algumas pessoas tinham-na maltratado, disse ela,mas teria sido preferível não se meterem em sua vida, pois... tinha visto o fim de Platt e o fim que tinha levado Haddon, e esperava também ver o fim de Metcalfe, pois ainda que nunca tivesse desejado nem amaldiçoado ninguém em sua vida, essas coisas acabaram acontecendo.
Com Ursula Clarke, fechamos um círculo completo: da catalogação de
diabolismo continental às simples pragas e feitiços ingleses, sempre um remédio ao alcance daqueles que não têm poder para ajudar ou causar dano aos outros de um modo natural.As bruxas de Lancashire.
O julgamento dessas bruxas, em 1612, foi o primeiro a admitir os clichês continentais relacionados à bruxaria.
Frontispício para o livro Sadducismustriumphatus, de Joseph Glanvill, 1681, o último tratado importante que defendia a crença em bruxaria e hostilizava as bruxas como uma ameaça à sociedade.
No início do século XVIII, a bruxaria já estava fora de moda entre os
intelectuais, era raramente levada a sério por autoridades governamentais e tinha começado a desvanecer-se na crença popular.Aventou-se a possibilidade
de que o significativo aumento das acusações de incêndio premeditado e de outros danos deliberadamente causados no período de 1686-1712 tenha sido resultado de uma transferência das acusações de crimes sobrenaturais para
crimes naturais.Os julgamentos de bruxas praticamente terminaram nas
últimas décadas do século XVII, e o último processo por bruxaria na Inglaterra, o de Jane Wenham, em 1731, terminou em absolvição.Em 1736, o estatuto de 1604 foi revogado.
Mas nesse meio-tempo, a bruxaria inglesa daria um último e
importante espetáculo, não na própria Inglaterra, mas nas colônias
americanas.
George Cruikshank, Black John castigando as bruxas.Esta gravura satírica do século XIX baseou-se nas tenebrosas confissões de Isobel Gowdie, na Escócia, em 1662.
VOCÊ ESTÁ LENDO
História da Bruxaria
Nonfiksi(EM REVISÃO ORTOGRÁFICA) ATENÇÃO! ESSE LIVRO NÃO FOI ESCRITO POR MIM o nome da escritor(a) é Jeffrey B. Russell aceito críticas construtivas! qualquer discurso de ódio ou ofensa a minorias serão excluído e o usuário será bloqueado! boa leitura ♥︎ at...