Capítulo 40

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Assustei-me quando vi alguém entrando no quarto

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Assustei-me quando vi alguém entrando no quarto.

— Sou eu! — Rebeca disse. Continuei sentada no chão.

— Me diz o que está acontecendo, porque não estou entendendo mais nada. Ele acabou... — Solucei. Mordi o lábio, virando rosto para o lado já caindo no choro. — Ele acabou de dizer que me ama.

— Os homens escolhem os piores momentos, para se assumirem seus sentimentos. — riu, depois suspirou — Depois do que aconteceu, ele nos pediu para vir nos ajudar com a casa. Com as coisas da casa. Está praticamente pronta. Ele está tentando fazer o melhor para vocês.

— Mas eu não quero nada disso. — Gesticulei para todo o quarto.

— Sei que é difícil tudo isso para você, mas tenta só por um momento, ver pelo lado dele.

— Eu tenho que ver unicamente do meu ponto de vista, porque sou eu que estou sofrendo as consequências.

Ela balançou a cabeça sentando ao meu lado.

— Ele está com medo.

— Garanto que não é o único. — Funguei me esforçando para me levantar. — Não é difícil entender que eu só quero ir para casa.

— Todos queremos ir para casa. — soou cansada. Também estou.

— Está pensando que sou uma garota ingrata, que não sabe agradecer nada.

— Não estou dizendo isso, Lívia. Estou dizendo que todos estamos assustados, com medo de te perder. Ele principalmente. E se falou que te ama, é porque ele está disposto a tudo por vocês.

— Está? Ele não deveria estar agora. Deveria estar antes.

Estou tão irritada!

— Pode ser. — também se levantou. — Se serve de consolo, ficou a ponto de enlouquecer e passar por cima de todo mundo para te encontrar. Vou ficar por aqui, até pegar no sono. Mais tarde você resolver o que fazer, tudo bem?

Rebecca se acomodou na cama ao meu lado, rapidamente ela caiu no sono, mas eu não. Fiquei repassando cada coisa que me passou nos últimos anos, nos anos em que passei me reconstruindo, pedaço por pedaço e fui alguém que eu queria ser quando comecei a sair com ele, mas esse alguém que fui, sabia a todo momento que iria acabar e que eu sairia de coração partido, foi o que aconteceu e surgiu do passado doloroso, meu pior pesadelo me fazendo reviver tudo em no curto período de tempo, isso me fez duvidar de mim, mesmo sabendo a minha verdade e aqui estou eu sentindo-me novamente presa, enclausurada dentro de mim, em pensamentos, sentimentos e nessa casa.

"Sentia o gosto de sangue na minha boca, garganta seca. Tentei me mexer sentindo todo meu corpo praticamente, queimar de fora para dentro. Esforcei-me para levantar do canto da parede, mas tudo girou. Ao fundo deu para ouvir vozes. Tateei na escuridão buscando algo para me apoiar. Um flash de luz iluminou o quarto, quando alguém, que logo reconheci abriu a porta. Fechando em seguida, devolvendo a completa escuridão ao quarto. As pesadas passadas me fazerem recuar cada vez mais, em direção a parede, mesmo já estando encostada nela. Ele se agachou na minha frente sabendo exatamente onde estou, provavelmente onde me deixou a horas atrás. Ele me faz perder o controle de tudo em mim, corpo e alma.

— Lili, meu amor. — segurou meu queixo me puxando para perto de seu rosto.

— Fez de novo. — Mal reconhece minha voz.

— Sabe o quanto sou a favor da obediência. E o que fez Lili, meu amor?

Não pode... — Me calei quando o aperto no meu queixo ficou mais forte.

— Não, o quê? — Segurei na sua mão tentando afastá-lo de mim. — Estou com algumas pessoas em casa, uns amigos meus que não conhece, fique quietinha, porque caso faça barulho sabe o que vai acontecer, não sabe amor?

Beijou-me nos lábios logo se afastando, ao abrir novamente a porta, se banhando na luz do corredor, seu rosto ficou nítido. Um soluço alto e desesperado saiu, quando sua aparência ficou clara. Ivan. Alto e imponente, com seu sorriso cafajeste de canto. Sussurrou: até mais Lili meu amor."

Sabia quer era uma lembrança/pesadelo, mas não conseguir afastar a imagem, a sensação de como se estivesse vivendo tudo aquilo de novo. E tentei me desvencilhar, socar, em meio ao choro e gritos e ele estava ali bem na minha frente, me segurando pelos braços, pedido que me acalmasse. E novamente minha mente me levou de volta ao passado, gosto de sangue, o cheiro dele misturado com cheiro de álcool desinfetante e sangue. Debati-me, esperneei até não sentir mais nada.


narrador...

O sol estava quase nascendo, quando pela casa suaram gritos. No mesmo instante Ivan pulou da cama, mal durou 10 segundos do seu até o quarto de Liv. Com a pressa que do quarto dele até o dela foi pouquíssimo, mas quando viu seu estado, se debatendo na cama, chorando, gritando implorando para pararem, aquela cena o fez estancar no lugar. Os dedos começaram a formigar, coração disparado, se ouvia também os passos da sua irmã e cunhado no corredor. Num impulso correu até ela.

— Lívia! É só um pesadelo! — tentou segurá-la, mas ela se debatia demais, com os braços pernas e corpo todo.

Isso não pode se fazer bem para bebê, muito menos para ela. - ele pensou.

Não conseguindo contê-la, começou a se desesperar quando ela abriu os olhos, arregalados, viu o desespero, medo estampado ali. Amedrontada com o irreal e real bem ali, brigava, implorando para que não a machucassem. Seu desespero foi tanto que desmaiou nos seus braços.

— Meu Deus! Meu Deus! — ele a sacudia e abraçava, também desesperado.

— O que você fez? — Rebecca gritou ao pé do seu ouvido, empurrando-o para longe de Lívia, seu corpo caiu mole sobre o colchão. Scott asseguro-a nos braços, dando batidas no seu rosto para acordá-la.

Tropeçando nos próprios pés, Ivan foi até a parede, ali praticamente se fundindo a ela. Um grito preso na garganta. Passou a mão pelo cabelo, enterrando as unhas no couro cabeludo com força, desejava aquela dor, necessitava. Necessitava tirar todo esse sentimento ruim que ela está sentindo, para si, para que ela volte a ser a Lívia sagaz, que cheira a felicidade. A primeira vez que pensou sobre isso, o fez sorrir, agora, o fez chorar. Ficou petrificado no canto do quarto, enquanto sua irmã e cunhado socorriam a mulher que ama.

Ele desmoronou. Bem ali.

 Bem ali

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Inevitável paixão (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora