— Ela já está bem. — Gina falou pela 10ª vez. Levantei a cabeça olhando para ela, que me olhou com cara de pena. — É por isso que eu não me envolvo mais com ninguém. Olha só o seu estado... — Apontou para mim — Parece que arrancaram suas tripas e colocaram de volta no lugar.
— Não consegui fazer nada. Fiquei lá parado feito um monte de merda. — Funguei limpando nariz.
— Entrou em choque. É normal essas coisas acontecerem nessas situações.Só de lembrar me aperta o peito. É uma sensação de inutilidade e ao mesmo tempo de culpa. Era comigo o pesadelo, a causa daquela crise emocional que atingiu subconsciente, enquanto dormia e também quando acordou. Minha culpa também.
— Ela se debatia, implorava, pedia para eu parar.
— Foi um pesadelo. — Neguei.
— Não. Era real para ela. E falou meu nome. Gina, era comigo. Era como se alguma coisa me empurrasse para o chão e eu não consegui fazer nada.
— O que você poderia fazer também? — Dei de ombros.
— O que Rebecca e Scott fizeram.
— Não quero parecer uma megera, mas... — Ela sentou-se ao meu lado, cruzando as pernas. — Eles têm experiência nisso.
— Em quê? — Rebecca falou descendo os últimos degraus.
— Tenta conversar com ele. — Gina falou se levantando. — Tá inconsolável.
— Não é para menos.
— O que o médico falou?
— Você não foi lá? — Gina perguntou num tom acusador.
— Não quero ser motivo de outra crise.
— A culpa não foi sua. — minha Irmã mais velha falou como se estivesse falando com o Dom.
— É o que estou tentando dizer para ele. Mas olha só o estado desse garoto. Olhos inchados, olheiras, esse cabelo descabelado, essa barba, sem contar no mau cheiro.
— Pega leve com ele.
— Na próxima vida... — Gina pegou a bolsa com a certa violência, jogando sobre o ombro. — Quero nascer filho mais novo. Assim serei mimado e todo mundo passa a mão na minha cabeça.
Ficamos em silêncio ouvindo apenas o barulho dos saltos de Gina, até ela ir embora.
— O médico diagnosticou, estresse pós traumático. — Balancei a cabeça concordando.
— Vou embora.
Pensei nisso depois que não tive reação. A melhor coisa que faço é deixar ela livre do seu gatilho. Sei que as minhas atitudes de querer mantê-la aqui, segura a salvo de qualquer perigo, transporta ela de volta para o passado, não apenas a presença e o sequestro do maldito ex dela, se não fosse pela minha tentativa de tentar mantê-la aqui não teria acontecido.
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Inevitável paixão (concluída)
RomanceDepois de tudo que Lívia passou, nunca imaginou que algo assim poderia acontecer. Um acordo casual, que abriu brecha para um coração sofrido e remendado. Ivan no auge da juventude, se vê numa luta interna entre se entregar a uma paixão, que o levará...