Capítulo 41

527 34 6
                                    

  — Ela já está bem

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

  — Ela já está bem. — Gina falou pela 10ª vez. Levantei a cabeça olhando para ela, que me olhou com cara de pena. — É por isso que eu não me envolvo mais com ninguém. Olha só o seu estado... — Apontou para mim — Parece que arrancaram suas tripas e colocaram de volta no lugar.

— Não consegui fazer nada. Fiquei lá parado feito um monte de merda. — Funguei limpando nariz.

— Entrou em choque. É normal essas coisas acontecerem nessas situações.

Só de lembrar me aperta o peito. É uma sensação de inutilidade e ao mesmo tempo de culpa. Era comigo o pesadelo, a causa daquela crise emocional que atingiu subconsciente, enquanto dormia e também quando acordou. Minha culpa também.

— Ela se debatia, implorava, pedia para eu parar.

— Foi um pesadelo. — Neguei.

— Não. Era real para ela. E falou meu nome. Gina, era comigo. Era como se alguma coisa me empurrasse para o chão e eu não consegui fazer nada.

— O que você poderia fazer também? — Dei de ombros.

— O que Rebecca e Scott fizeram.

— Não quero parecer uma megera, mas... — Ela sentou-se ao meu lado, cruzando as pernas. — Eles têm experiência nisso.

— Em quê? — Rebecca  falou descendo os últimos degraus.

— Tenta conversar com ele. — Gina falou se levantando. — Tá inconsolável.

— Não é para menos.

— O que o médico falou?

— Você não foi lá? — Gina perguntou num tom acusador.

— Não quero ser motivo de outra crise.

— A culpa não foi sua. — minha Irmã mais velha falou como se estivesse falando com o Dom.

— É o que estou tentando dizer para ele. Mas olha só o estado desse garoto. Olhos inchados, olheiras, esse cabelo descabelado, essa barba, sem contar no mau cheiro.

— Pega leve com ele.

— Na próxima vida... — Gina pegou a bolsa com a certa violência, jogando sobre o ombro. — Quero nascer filho mais novo. Assim serei mimado e todo mundo passa a mão na minha cabeça.

Ficamos em silêncio ouvindo apenas o barulho dos saltos de Gina, até ela ir embora.

— O médico diagnosticou, estresse pós traumático. — Balancei a cabeça concordando.

— Vou embora.

Pensei nisso depois que não tive reação. A melhor coisa que faço é deixar ela livre do seu gatilho. Sei que as minhas atitudes de querer mantê-la aqui, segura a salvo de qualquer perigo, transporta ela de volta para o passado, não apenas a presença e o sequestro do maldito ex dela, se não fosse pela minha  tentativa de tentar mantê-la aqui não teria acontecido.

Inevitável paixão (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora