Narrador...
Ouvir a risada irritante da sua irmã, lhe fez ter vontade de socar a própria cara.
— Não sei se você é doida ou perturbada.
— O quê? — Olívia perguntou ainda rindo. — Faz graça sim. Você foi apaixonada por um cara por um tempo, só conseguiu se "declarar" quando ele voltou com a ex... — ela fez uma pausa para pegar fôlego ainda rindo — que no final das contas não era ex, levou um fora, continuou com a "amizade" e acabou de voltar da festa de casamento com a calcinha pingando pelo o cunhado dele.
— Não sei por que ainda te conto as coisas. — se levantou indo para o quarto, Olívia foi atrás.
— Além de sua irmã, sou melhor amiga. — sorriu se encostando no batente da porta.
— Sim. — Lívia sacudiu a mão no ar — Mesmo assim não tem graça.
— Para quem está de fora, sim.
— Tanto faz! — deu de ombros.
— Tá! — Olívia ergueu as mãos — Não vou mais rir. Prometo. — beijou os dedos cruzados.
— Você nunca cumpre promessas.
Olívia riu dando de ombros.
— Fazer o que, né? Sou a ovelha negra da família.
Lívia acenou devagar, concordando mesmo sem ser verdade. Apesar de Olívia não ter uma profissão "padrão", ela nunca foi considerada o lado ruim da família. Lívia sim, se sentiu assim e seus pais também a viram dessa forma. Se drogou por anos, algumas tentativas de suicídios. Pais devotados religiosos raízes, não aceitaram muito bem seu lado "obscuro". "Liv, você tem que parar de renegar a Deus. Pare de..." assim se seguia, dia após dia, tentavam a pôr no molde, se sentindo cada vez mais pressionada e distante deles e principalmente do que eles pregavam, Deus. Se isolou dentro de si, encontrando momentaneamente liberdade nos poucos segundos, em um cigarro de maconha que foi "evoluindo" cada vez mais para algo diferente, mais forte.
— Gostaria que não pensasse assim. — sua voz soou baixa. Olívia piscou os olhos tentando afastar o sentimento que a oprimia, sorriu.
— E eu quero saber mais detalhes do filhotinho.
Foi assim que Lívia apelidou Ivan, quando descobriu que ele acabou de fazer 21 anos.
— Não tem mais o que falar, nunca o vi antes. Só trocamos algumas palavras. — Olívia se jogou na cama da irmã, colocou os braços atrás da cabeça rindo.
— Palavras bem quentes a ponto de te deixar molhadinha.
— Não vamos entrar nesse assunto de novo. — Lívia bufou virando de costas, para pegar uma muda de roupa no armário.
— Lívia, quanto tempo faz que você não sai com alguém? — A mais velha das irmãs olhou para a mais nova, que está com a sobrancelha erguida.
— Está sugerido que eu saia com ele? — ela deu um joinha. — Não.
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Inevitável paixão (concluída)
RomanceDepois de tudo que Lívia passou, nunca imaginou que algo assim poderia acontecer. Um acordo casual, que abriu brecha para um coração sofrido e remendado. Ivan no auge da juventude, se vê numa luta interna entre se entregar a uma paixão, que o levará...