Olhei pela janela do avião, avistando Los Angeles toda iluminada. Tomei fôlego, fiz as mala e comprei a primeira passagem para cá. Essa conversa com Ruby, não pode ser adiada. Um ano já foi o suficiente.
— Tem certeza disso? — olhei para trás por cima do ombro, para Gina. Minha irmã fez questão de vir comigo, quando lhe contei toda a tour. Não falou demais, não questionou, apenas disse que veria comigo. Essa é a primeira que questiona minha decisão.
— Já estamos aqui, não tem como voltar, Gina.
— Você sabe que nunca é tarde para mudar de ideia. Pense no quanto seria diferente se na primeira, segunda, terceira ou até mesmo a quarta vez que apareceu uma oportunidade de mudar o quadro nazista. Seria outra história.
— Como esse assunto veio parar aqui?
— Tomei como exemplo.
— O que entendi foi... que minha decisão está catastrófica.
— Admito, exemplo de história errado. — suspirou vindo até mim. Abraçou-me de lado. Passei o braço sobre seu ombro. — A Lívia...
— Não. Gina, esse assunto já acabou. Deu o que... — engoli em seco olhando a fachada do restaurante que combinei de encontrar com Ruby.
— Certo. Não irei mais tocar no assunto "encerrado". Mas, a Ruby...
— Já estava decidido a um ano atrás. — ela me soltou ficando na minha frente.
— A um ano atrás, você era outra pessoa. Mudou. — espalmou a mão no meu peito.
— Tem coisas que são imutáveis. Eu quero isso.
— Na mesma proporção que a um ano? — concordei. — Tudo bem então!
Ruby sorriu quando me viu. Ficou de pé num pulo e veio até mim se jogando nos meus braços. Foi impossível não sorrir com essa recepção calorosa. Enterrei o rosto em seu pescoço, inspirando seu cheiro gostoso. Sempre gostei do seu perfume. Mas, tem algo diferente. É o mesmo cheiro, porém algo mudou.
— Seu irmão deu o recado mesmo! — se afastou o suficiente para nos olharmos, sorriu e me beijou carinhosamente.
— Conhece o Christian.
Ela deu uma leve gargalhada.
— Sim, conheço perfeitamente. Mas passou um ano e pensei que você já teria desistido de mim. Mas eu não desisti, amor. Fiz o que disse que faria. Pensei sobre tudo. E a resposta é sim. — Ela jogou os braços para o alto e novamente se jogou em mim para um beijo. — Mil vezes sim.
As poucas pessoas que estavam no restaurante, que ouviram parcialmente o eufórico "sim", bateram palmas comemorando junto. Ruby me beijou, que para ocasião e o lugar, muito avassalador, que correspondi avidamente. Mas, novamente a algo errado, ela não é de demonstrar tanto sentimento desse ponto. É uma pessoa reservada que não demostra tanto afeto em público. Mas pode ser como Gina falou, mudou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Inevitável paixão (concluída)
RomanceDepois de tudo que Lívia passou, nunca imaginou que algo assim poderia acontecer. Um acordo casual, que abriu brecha para um coração sofrido e remendado. Ivan no auge da juventude, se vê numa luta interna entre se entregar a uma paixão, que o levará...