Esfreguei os olhos, para espantar o sono acumulado. Praguejei mentalmente ao lembrar que estou de maquiagem. Ouvir minha irmã rir.
— Você é um desastre ambulante. — ela se debruçou sobre o balcão da loja, pegou meu rosto pelo o queixo — Não está tão ruim. Só um pouquinho de... — passou a ponta do dedo na língua depois no canto do meu olho. Afastei-me.
— Você não fez isso? — esbravejei eu mesma limpando meus olhos.
— Que drama. É só um pouco de saliva.
— Que você tem alguém para compartilhar.
— Ainda sou eu.
— Com outras bactérias de não sei quem. — A deixei resmungando e fui para o banheiro nos fundos da loja lavar o rosto. Pode parecer exagero, até eu admito que é, mas convenhamos, quem faz isso? — Da próxima vez, pelo menos pergunta. — voltei para a loja. Olívia se virou para mim com um sorriso maior que o do gato de Alice no país das maravilhas.
— Oi!
A pessoa que ela está atendendo saiu de trás de uma arara de roupas, se revelando o "filhote". Me sentir esquentar na mesma hora.
— Adorei essa. Você tem só essas cores? — uma loira se aproximou. Ela olhou para o "filhote" depois para mim — Eu deveria ter desconfiado. Olá! Sou Gina, acho que já nos vimos antes, não?
— Então, Gina. Temos outras cores desse modelo. Vem! — assim Olívia a puxou para perto do balcão.
— Te peguei de surpresa. — o rapaz falou pondo as mãos nos bolsos.
— É. — pigarrei.
— Não pedirei desculpa por isso. — Deu de ombros olhando ao redor. — Gostei da loja. Só mudaria algumas coisas na fachada.
Pisquei algumas vezes tentando me situar de volta. Passei a língua entre os lábios, arrumando o cabelo atrás das orelhas.
— Se gostou então por que mudaria?
— Eu gostei de verdade. Mas é coisa da minha profissão, ver uma coisa ali outra aqui e já querer mudar.
— Isso foi só um modo de me fazer querer saber sobre com o que você trabalha? — Ele sorriu de um jeito que... me fez esquentar mais um pouco.
— Se isso te deixa confortável, sim. É assim que se começa às conversas dos assuntos interessantes, às vezes, na maioria. Eu nunca imaginei que você teria uma loja de artigos femininos. Eu gostei.
— É uma butique. Não uma loja. — E novamente ele sorriu.
— Acredite eu sei a diferença.
E percebi ali que ele só está... Como ele mesmo falou me deixando confortável, mas de um jeito irritante.
— E novamente a questão sobre a sua profissão. Se isso vai te fazer me deixar... — Apontei para loja — trabalhar, irei te perguntar qual a sua profissão, com o que você trabalha, será que você gosta da sua profissão ou só está só pelo bônus?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Inevitável paixão (concluída)
RomanceDepois de tudo que Lívia passou, nunca imaginou que algo assim poderia acontecer. Um acordo casual, que abriu brecha para um coração sofrido e remendado. Ivan no auge da juventude, se vê numa luta interna entre se entregar a uma paixão, que o levará...