Capítulo 31

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A primeira vez que ele saiu de casa, a não ser para o trabalho ou para o mercado para encher a despensa. Se olhar no espelho retrovisor, arrumando a mexa dos cabelos que cai sempre  sobre sua testa, respirou fundo e desceu do carro. Socializar não está sendo uma das coisas que faz ultimamente, a não ser obrigatoriamente no trabalho. Foge de qualquer convite para beber, dançar ou até mesmo quando seus irmãos o convida para almoçar, sempre com uma desculpa na ponta da língua, recuando prontamente.

Quem atendeu a porta foi o pequeno Dom, que se jogou nos braços do tio às gargalhadas.

— O que tem para mim hoje, tio Ivan? — O pequenino perguntou como de costume, sempre que ver o tio, que o traz uma guloseima. Não diferiu dessa vez. Ivan pescou no bolso algumas balas que comprou lembrando de um momento como esse.

— Sabia que você é meu garoto preferido? — O garotinho balançou a cabeça, sacudindo os cabelinhos loiros no processo. — Mas daqui a uns meses, não será mais. — Sem entender o que o tio disse, fez uma careta fofa.

— Por quê? — Ivan levantou-se, levando junto no colo Dom, que ainda está sem saber do quê o tio falar.

— Não te contaram? Você vai ganhar um primo e ele será o meu garoto favorito e você ocupa o segundo lugar.

— Não é justo, vim primeiro!

— Aprenda de agora que a vida não é justa.

Todos os Harris se encontram nos fundos da enorme casa. Todo o jardim está decorado com perfeição, cada detalhe supervisionado pela, a anfitriã Francesca.

— Amor! — Francesca abriu os braços para o filho. — Que bom que veio.

— Finalmente saiu da toca! — Sua irmã Gina disse também indo abraçá-lo.

— Querem que eu volte? — perguntou rindo, mas não achando engraçado, queria mesmo ficar em casa.

— Só estamos implicando com você. — Rebecca o entregou Hope que foi logo segurando nos cabelos dele, com as mãos grudentas que antes estavam na boca. — Treine um pouco.

As saudações se seguiram, Chris e Jeremy se juntaram na conversa sem tocar no assunto tão dolorido para Ivan, apenas algumas coisas deixadas subtendidas. O jantar foi servido, regado de muita conversa, sorrisos, vinham e iam, não permanecendo por muito tempo, não propriamente dito por Ruby, mas pelas escolhas que fez, renúncias, um coração partido e desejo de tentar de novo.

Jacuzzi! — alguém gritou e em menos de vinte minutos, numa Jacuzzi enorme, se encontrava todos os filhos Harris.

— Quando acha que vai voltar a ser o mesmo? — Gina jogou a pergunta no ar, enquanto se servia de mais um pouco de vinho.

— Ainda sou eu.

— Acho que não.

— Deixem ele! — Chris o defendeu mesmo concordando. Ivan suspirou  olhando o líquido balançando de um lado para o outro dentro de sua taça.

— Vai ficar sofrendo por aquela víbora? Você é muito mais que isso. — Ficaram em silêncio Gina  não por vontade própria, mas por repreensão de Rebecca e Christian que a olharam torto. Gina não é de ficar sofrendo muito por algo, se remoendo. Ergue a cabeça e segue com a vida, Rebecca se recolhe mesmo que futuramente se arrependa, Chris prefere engolir seco, mas como todos irmãos não são iguais, Ivan prefere ficar calado, recolhido dentro de si mesmo.

Gina tenta se levantar desajeitadamente, com a desculpa que o vinho acabou o que acaba derramado o pouco da sua taça na água, um coro de aaah se fez. O mais novo dos Harris vendo a cena toda, que arrancar risadas logo que a surpresa acabou, mas cena toda o levou a alguns meses atrás, quando algo parecido aconteceu.

Inevitável paixão (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora