Inevitável paixão (concluída)

Capítulo 36

Narrador...

Jimmy inclinou-se sobre Olívia, interrompendo-a em sua descrição das aventuras da madrugada, de hoje na boate, ficando entre suas pernas que logo se entrelaçaram nas suas.

— Acha que está preparada para conhecer meu irmão? Olivia paro de fazer carinho nos cabelos do seu namorado de imediato.

— Por quê? — Jimmy balançou a cabeça negando, suspirou, Olívia segurou seu rosto com às duas mãos o forçando a olhar para ela, repetiu a pergunta: por quê?

— Ele quer conhecer quem tanto tirar meu sono. — Virou rosto beijando a palma da mão dela.

— Não sei. Sabe o motivo.

— Nem tudo é sobre sua irmã. — Jimmy retrucou se desvencilhando do toque dela, tanto das mãos quanto das pernas. Sentou-se na beirada da cama, os cotovelos apoiados nos joelhos. — Quando ela vai se mudar?

— Porque disso agora de Jimmy? Você nunca se meteu na minha relação com Lívia.

— Se aquele namoradinho dela se intromete, porque eu não?

— Primeiro que Ivan não é namoradinho dela e você sabe de tudo. Segundo que não tem que se intrometer, é uma coisa minha e dela. Vamos nos resolver.

— Parece que só apenas você pensa dessa forma. — Jimmy moderou o tom quando viu os olhos de Olívia se encherem de lágrimas. Respirou fundo, passou a mão nos cabelos e voltou a deitar-se junto a ela. — Não quis gritar ne insinuar nada.

— Lívia está passando por um momento delicado, o máximo que eu tenho que fazer é ficar ao lado dela, mesmo as coisas sendo bem difíceis. Ultimamente estamos batendo muito de frente, mas isso não quer dizer que eu não amo ela e ela não me ame.

— Eu sei disso. Esqueceu que tenho um irmão e minha relação com ele foi melhorar de uns anos para cá?

— Seu irmão não significa apenas isso, Jimmy. Seu irmão significa muita coisa. — ela se levantou pegando as roupas e se trancando no banheiro.

Jimmy ouvindo isso engoliu em seco e também engoliu o que de verdade queria dizer. Se a resposta de sua namorada fosse sim, "quero conhecer seu irmão", o que ele lhe contaria, seria totalmente diferente.

...

Apertando os olhos incomodada com a claridade e com o aperto das cordas em seus pulsos amarrados para trás das costas, Lívia abriu os olhos constatando que está no depósito da butique.

"Assim que entrei na butique senti um cheiro diferente. Não os cheiros habituais das roupas vindas das fábricas, nem o perfume que eu coloco para aromatizar o ambiente. Um cheiro mais forte. Procurei rapidamente com os olhos algo diferente no chão, na bancada do caixa mas nada aparente. Fui até o interruptor ligando as luzes.

— Gostei. — Gritei me assustando tanto com a voz tanto com a pessoa que saiu do meio das araras. — É bem seu estilo.

— O que está fazendo aqui? — Minha voz saiu falha e desesperada.

— Shhi! — colocou o dedo sobre os lábios — Nada de escândalo. Estou aqui para conversarmos adequadamente já que ontem não aconteceu. — Foi se aproximando e eu não consegui fazer absolutamente nada, minha garganta travou, meus olhos se encheram de lágrimas e eu voltei ao maldito passado, onde eu só escutava o meu choro e grito pedindo que ele parasse."

Lívia se balança na cadeira tentando se soltar, em vão. Austin pigarreou chamando sua atenção. Depois de uns minutos começou a falar calmamente:

— Pensei que eu tivesse uma boa relação com meu irmão. Mas já vi que as pessoas mentem descaradamente. — Lívia recua junto ao encosto da cadeira. — Sabia que ele namora sua irmã? Escondeu-me isso por todos esses meses. Fiquei decepcionado, é óbvio. — Deu de ombros pegou de dentro de uma sacola uma garrafa de água.— Não posso fazer nada com as decepções que as pessoas me causam. Na verdade não tem muito que se fazer, a não ser passa uma borracha por cima ou soca. — Ele riu estendendo a garrafa para ela, que se afastou. — Lili, ou você toma por vontade própria, ou vou te forçar a tomar.