capítulo 19

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Amélia

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Amélia

Naquela mesma noite, depois que voltamos para a casa da Cidade de Rhysand, eu estava sentada sobre a beirada da janela, olhando as estrelas assim como em todas as noites. Desta vez estava desenhando elas em um caderno na qual tinha trazido para Velaris, estava tentando desenhar as constelações que enfeitavam o céu no papel branco do caderno.

Aquilo me acalmava, ver as estrelas e desenhar elas no papel. Era relaxante, algo que sempre gostei de fazer, algo que eu amo. E eu não pretendia sair dali, estava envergonhada demais com o que havia acontecido hoje mais cedo. Aquilo nunca aconteceu antes, era como se minhas emoções estivessem descontroladas e eu não soubesse controlar elas, eu era como uma bomba relógio prestes a explodir a qualquer momento. A aquela altura, todos do círculo íntimo de Rhysand já deviam saber sobre o ocorrido, e eu não queria ter todos eles me olhando com desconfiança, medo ou com pena. Não queria.

Talvez perder minha avó tenha me causado isso, tenha me deixado mais frágil, mais emotiva e fácil de irritar e magoar. Eu odiava me sentir assim. Às vezes sentia falta da antiga Amélia. A garota de 17 anos que não se importava com a opinião das pessoas, a Amélia que era estudiosa e destemida, que falava tudo o que pensava. A Amélia que enfrentava tudo, não importava as dificuldades. Aquela Amélia não existia já fazia muito tempo, não sabia dizer se ela havia morrido no momento em que se formou e mudou para Nova York ou se ela morreu há três meses atrás junto com sua avó.

Eu sabia que não teria como voltar a ser como se antes, afinal não sou mais uma adolescente. Então se não há como voltar a ser como antes, então faria de tudo para eu ser melhor do que antes e melhor do que agora. Eu quero ser melhor.

Batidas soaram na porta do quarto, me fazendo desviar a atenção das estrelas e virar em direção da porta, dizendo para quem quer que estivesse do outro lado para entrar.

Um sorriso fraco se abriu em meu rosto, quando vi Mor parada do lado de fora, metade do rosto na porta entreaberta. A prima de Rhysand sorriu quando me viu sentada na janela, logo em seguida adentrou o quarto e fechou a porta atrás dela.

Fazia alguns dias que eu não via Morrigan. Não fazia ideia de onde ela esteve, mas imaginei que estava ocupada demais para falar comigo, uma pessoa que ela nem conhece direito.

— Oi, como você está? — ela perguntou, ainda sorrindo enquanto se sentava na beirada da janela, próximo aos meus pés.

Fechei meu caderno antes de responder ela:

— Estou bem. — respondi. — E você?

A mulher a minha frente assentiu, sorrindo ainda mais para mim.

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