Capítulo 43 - Angústia

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-Mais livros Ivete? -Dante pergunta vendo a mesma sair da livraria.

-Dessa vez comprei uns de astronomia, um de romance e um de ficção. -Ivete diz olhando para os livros em suas mãos.

-E ela está lendo? Houve uma melhora? -Dante diz e percebe os olhos marejados de Ivete.

-Não... Não consegui encontrar nada que a pudesse ajudar, eu tentei flores, livros, estudei sobre astronomia para tentar conversar com ela... Mas ela não responde, faz dias que ela sequer levanta da cama. -Ivete diz com a voz bargada.

-Ivet-

-O que eu faço Dante!? Eu não sei mais o que posso fazer, estou desesperada. Ver Liz daquele jeito, sem conseguir fazer nada... Eu me sinto quebrada, inútil... Só queria que a minha menina voltasse. -Ela diz cobrindo os olhos, deixando as lágrimas escorrerem. Dante envolve Ivete em seus braços.

-Eu vou te acompanhar até o palácio... Receitei alguns remédios para Liz da última vez, já devem ter acabado... Se importa se passarmos pegar mais uma caixa? -Dante diz tentando acalmar Ivete. Ela apenas assente com a cabeça e o segue.

Eles entram em uma clínica, "Clínica Santa Menefreda", é simples, mas muito organizada e bonita. Dante entra e pega algumas cartelas de remédio.

-Não sei ao certo o que recomendar, mas acho que esses podem ajudar muito, vão dar mais disposição a ela. -Dante diz mostrando a cartela.

-Ah sim... Obrigada Dante. -Ivete diz com um sorriso simples. -Dante.

-Sim?

-Me desculpe a pergunta, mas de onde você tirou esse nome pra sua clínica? -Ivete pergunta ajeitando os livros nos braços.

Dante solta um leve sorriso. -Esse é o nome do orfanato que vim.

-Desculpa a intromissão, eu não fazia ideia. -Ivete diz se sentindo envergonhada.

-Tudo bem, quase ninguém sabe... Foi um lugar importante para mim, uma das minhas irmãs se tornou rainha e tenho muito orgulho dela. -Dante diz sorrindo.

-Se me permite, quem?

-Beatrice Portinari, eu e ela éramos muito próximos, vivia fazendo tranças no meu cabelo. -Ele diz sorrindo.

-Que amor, fico feliz por ela e por você. -Ivete diz e Dante retribui com um sorriso.

-Teresa, você pode fechar a clínica hoje? Preciso ir no palácio. -Dante diz com um tom sereno.

-Posso sim doutor, bom retorno. -Teresa diz com um tom simpático.

Dante e Ivete saem da clínica e quando chegam ao palácio se assustam, a janela do quarto de Liz está aberta e a mesma está sentada com as pernas para fora.
Antes que Dante pudesse dizer alguma coisa, Ivete sai correndo em disparada, com o coração quase saindo pelo peito.
Ela sobe as escadas depressa, com Dante logo atrás.

-LIZ. -Ivete abre a porta com tudo e se depara com Liz secando uma garrafa.

-Oi Ivete. -Ela diz com a voz rouca.

-Por favor meu amor, desça daí. -Ivete diz com as lágrimas correndo no rosto.

-Não se preocupe Ivete, não vou pular daqui... Queria sentir um pouco do vento. -Liz diz olhando para o jardim.

-Mesmo assim, é perigoso, por favor... Venha. -Ivete se aproxima devagar com os braços abertos. Liz suspira e desce.

-Não precisa se preocupar, sei que não tenho sido a melhor pessoa do mundo pra você, mas não suportaria imaginar partir e deixar você aqui sozinha. -Liz diz colocando a garrafa próxima as outras.

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