Capítulo 01

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Sabe aquela coisa de o sorriso não sair do rosto, você está o tempo todo pensando naquela pessoa e isso te faz sentir que está flutuando? Se senti quase literalmente nas nuvens? Pois é assim que estou

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Sabe aquela coisa de o sorriso não sair do rosto, você está o tempo todo pensando naquela pessoa e isso te faz sentir que está flutuando? Se senti quase literalmente nas nuvens? Pois é assim que estou.

Apertei os lençóis no rosto, abafando um grito de felicidade. Leone me faz sentir desse jeito, desde o início. É como estar eternamente apaixonada.

— E aí noiva! — Rose entrou toda saltitante.  Tirou de trás  das costas uma garrafa de champanhe.

— Não posso mais. — me sentei segurando os lençóis na altura dos seios.

— Não aceito um não! — fez a maior algazarra para abrir a champanhe, não conseguindo, pegou alguém no corredor, que provavelmente é um dos seguranças que tanto meu padrasto, quanto Leone faz me seguir para todos os cantos.

— Saúde!

— A noiva! — brindamos. — Agora me contar, como arrumo um desses para mim?

— Talvez sorte? — Rimos.

— Agora falando sério. Você tem sorte de ter encontrado alguém que te ame,  valorize e que está disposto a ficar a vida inteira contigo. Hoje em dia, isso é sorte mesmo.

— Amiga, vai encontrar alguém que te ame igual. — Ela deu de ombros bebericando champanhe.

— Não garanto muito.

— Não seja pessimista, Rose. Existe alguém que ganhara seu coração. — Meu celular começou a vibrar com o nome do Leone na tela.

— Possivelmente serei a tia encalhada. — meu celular voltou a vibrar, não só Leone agora. — Pelo amor de Deus! Acabaram de se ver. Transaram. Esse quarto todo está com cheiro de sexo. Não dá para esperar até amanhã?

— Tem razão. — desliguei jogando o aparelho para o lado.

Não lembro em que momento me tornei amiga da Rose. Tenho outras amigas, muitas, na verdade, mas a mais próxima que considero como a família, é ela. Então não podia ser diferente, ela está do meu lado no dia mais importante da minha vida.

— E então, contou para ele? — afastei os lençóis, finalmente vestindo as minhas roupas.

— Não.

— Como não, Reece? O combinado era você fala para ele hoje.

— Eu sei. Mas é que...

— O quê? Pelo que você me conta dele, ele é um homem honrado. E na minha concepção, homens honrados, não fogem de suas responsabilidades.

—  Ele não está fugindo de nada, porque não contei.

— Reece!

— Não é tão simples Rose. — me sentei de qualquer jeito no sofá.

Não contei para ela sobre o trabalho do Leone. Para falar a verdade, nem sei com o que exatamente. Só que é com algo que requer muita discrição e nessas situações é bem óbvio que sejam coisas ilegais. Mas, eu o amo tanto que não me importaria, se fosse ele que tivesse matado o presidente Kennedy.

— Está assustada, eu sei. Me desculpa. — segurou minhas mãos.

—  É. Estou.

Com o que conversamos, preferi deixar para contar depois do casamento, assim não o faço se sente obrigado a ficar conosco.

...

São raras às vezes em que acordo sem o despertador. Esse é um dos dias em que tivesse a sorte e não é feriado, nem domingo. Continuei  deitada por mais um tempo, apenas observando a fresta de luz, que entrava entre as cortinas. Esta é a última vez que acordarei neste quarto, nesse apartamento. A partir de hoje, acordarei com meu marido do meu lado. Talvez eu seja uma romântica incurável, que romantizar o casamento e o amor, mesmo sabendo que relações não são perfeitas.

Afastei os lençóis, ao me levantar abrir as cortinas fazendo sol entrar completamente. Hoje é um daqueles dias típicos do outono, frio, mas com sol.

— Reece? — meu irmão bateu na porta e entrou em seguida.

— O que faz aqui, Sidney?

— Vejo que  não está sabendo. — Ele se encostou na porta, olhou para os seus pés, varreu o quarto com os olhos e finalmente me olhou e eu soube,  nesse momento, que algo está muito errado.

Algo muito errado no dia que, teoricamente, deveria ser o dia mais feliz da minha vida. Mordi o lábio recuando indo até a janelas, na rua bem de frente ao prédio, há alguns carros, reconheço eles sendo tanto os seguranças que meu padrasto me oferece, quanto os do Leone, principalmente o carro que ele usar quando vem me visitar.

— Leone! — toquei os vidros da janela.

— Sinto muito, minha irmã, mas... — Me virei rapidamente para ele, o que fez a minha cabeça girar.

— O que está querendo dizer Sidney?

— Cadê seu celular?

— Para o inferno com meu celular! Quero saber porque você está aqui e todo aquele batalhão lá fora? Leone está aqui? É algo com ele?

Meu irmão suspirou pesadamente e veio até mim, segurou nos meus ombros, conduzindo-me até a cama.

— De madrugada papai  recebeu uma ligação, cancelando o casamento.

— O quê?

— O próprio senhor Alessandro deu a notícia.

Pisquei os olhos num tique nervoso, minha cabeça está muito confusa, como assim o casamento foi cancelado? A algumas horas atrás eu estava com Leone, estava nos braços dele e ele me fez promessas, eu prometi... Como assim?
Desvencilhei-me dos braços do meu irmão que me abraçou e fiquei sem reação, corri para a janela e o carro dele ainda está lá, com certeza ele está no maldito carro.

— Isso é uma brincadeira de mau gosto, uma puta de um mau gosto. Sidney não brinque comigo. Não brinque com a minha vida assim!

— Sei que é um choque, mas é verdade.

— Então por que não é ele que está aqui? — Bati com a mão no vidro da janela, apontando para a rua. — Por que não é ele que está dizendo na minha cara que não me quer mais, a algumas horas da maldita cerimônia? — Gritei cada palavra do fundo da minha alma.

Estou grávida desse maldito homem. Ele falou que me amava, que me queria para a vida toda, uma família. Tudo mentira, tudo, uma brincadeira para finalmente chegar o dia e me jogar no lixo. Porque é assim que estou me sentindo, jogada numa lata de lixo sem utilidade alguma e ele não teve nem a consideração de vir me dizer pessoalmente.

— É melhor assim, Reece.

— MELHOR? — gritei.

— Reece...

— Para quem? Para ele obviamente. Como fui estúpida em acreditar. — Esfreguei os cabelos com um pouco de força, raspando as unhas no couro cabeludo, ardeu um pouco, mas preciso dessa dor física além dessa que queima e rasga meu peito.

— A muitas coisas em jogos, Reece. Você sabe.

— E eu sou a coisa descartável?

— Claro que não.

Novamente ele se aproximou tentando me abraçar, me desvencilhei não conseguindo sair da maldita janela, não conseguindo parar de olhar para o maldito carro que ele está lá, sei que está lá.

— Tudo bem. — sorrir limpando as lágrimas. — Nunca soube que um coração partido, tenha matado alguém. — Fechei as cortinas.

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Olá! Bem vindo a mais uma história.

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