Quando se faz parte desse mundo, em que tudo é mais discreto e mais sanguinário, um pico de paz e felicidade é raro ir para Leone De Angelis essa noite é uma dessas realidades. Ele sorriu ao vê-la atravessar o cômodo de um lado para o outro, chutou...
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Na última hora foquei no que tinha de focar, em Hector. O que o levou a morte, adiei essa investigação por um tempo e olhando para os documentos que tenho em mãos... nada novo.
Com um baque forte, a porta foi aberta, minha mãe entrou furiosamente.
— O que está acontecendo? Você praticamente trancou sua mulher dentro de casa por todo esse tempo e agora do nada uma viagem há milhas de distância, ainda por cima com Enzo?
— Mamma...
— Eu não sei mais o que fazer! — ela repetiu como um mantra. Respirei fundo coçando a ponta do nariz. Ela me encarou como se fosse preciso que eu detalhasse o que aconteceu aqui e o mesmo tempo como se soubesse, como se eu não precisasse dizer absolutamente nada.
— Verena já... — Mordi a língua, não consigo dizer o nome dela, pensar nela e não lembrar do que aconteceu há pouco e imaginar o que vem acontecendo durante todo esse tempo. — Mamma', daqui a pouco a senhora terá notícias dela. Tente ligar ou algo assim, hum?
— Eu juro que tentei filho, tentei ver o melhor lado dela, o melhor da situação... mas eu acho que... — Minha mãe virou as costas mexendo no cabelo quase frenética demais. Ela sabe. É por isso que estar aqui, sabe sobre o caso do meu irmão com Verena. Deslizei da cama indo até ela, afastei suas mãos dos cabelos as segurando firme.
— Tudo vai se resolver.
Os olhos dela. Está ali, claro como água. Ela realmente sabe.
— Vai sim. — disse forçando um sorriso. — você está bem?
Bem com o quê? De saúde aparentemente eu não estava hoje de manhã, quando acordei com febre, mesmo que fosse febre emocional. Definitivamente não estou bem, minha cabeça está a mil, meus pensamentos estão indo e voltando, eu realmente tenho que focar em alguma coisa que não seja esperar e ter certeza de que finalmente... eu estou livre, de quê eles estão livres também.
— As coisas acontecem como tem que acontecer, independente de qualquer escolha de qualquer... Arrependimento. — Minha mãe balançou a cabeça, enxugando suas próprias lágrimas e descansando a mão no meu ombro.
— Ela é uma boa moça. — Meu celular tocou. — Vou te deixar sozinho para você resolver o que tem que resolver, o que vem pela frente é o divisor de águas. — antes que perguntasse do que a minha mãe se referia, ela saiu porta fora.
Fiquei uns minutos encostado na beirada da cama, tentando organizar meus pensamentos e logo em seguida, tento focar no caso do Hector, algo me diz que tenho que resolver isso, tenho que chegar a alguma conclusão, porque Reece será afetada e Paul também, e o que mais quero no momento é mantê-los seguros.
Meu celular voltou a tocar, só que dessa vez se trata de uma mensagem, deslizei o dedo sobre a tela clicando na notificação, Dimitri. "Tudo certo." Fiquei repetindo essa frase na minha cabeça e não consegui ligar a imagem a ela, os pensamentos ou o que aconteceu a ela, porque, definitivamente, as coisas não estão certas e não irão ficar.
