Capítulo 02

380 42 28
                                    

Do hall de entrada da mansão, dava para ouvir os cochichos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Do hall de entrada da mansão, dava para ouvir os cochichos. Estanquei no lugar, quando vi todo mundo da minha família, quer dizer os residentes de Nova Iorque e mais algumas outras pessoas. O burburinho parou quando me viram. Meu pai se levantou graciosamente como se não tivesse a idade que tem e veio até mim, calmamente.

— Uma notícia péssima e outra ruim, que eventualmente pode ser boa.

Olhando para todo mundo, que agora está prestando atenção em nós dois,  sei do quê se trata, principalmente com ela aqui. Verena.
A uns dois meses atrás trombei com ela numa boate, tomamos alguns drinks e acordei num quarto de hotel.

Deslizei as mãos para os bolsos, me mantendo firme, sem esboçar reação alguma, até porque sei que meu mundo caiu.

— Humm...

— Quer dar a notícia? — Meu pai estendeu o celular já com a ligação em andamento. Fiquei encarando o aparelho na mão dele, com o nome do prefeito piscando na tela. A voz de Hector ressoou alta, mesmo não estando viva voz.

— Reece...

— Como no início. — meu pai disse, como um homem de negócios. Como se minha relação com o Reece fosse uma mera transição... Como o fim da nossa relação fosse... Eu me perdi nas lembranças, recentes adquiridas, ela nos meus braços tão cheia de amor. A fiz prometer.

"Eu te amo tanto, nunca quero te perder. Promete para mim que nunca vai me deixar?"

Caminhei sem vacilar, até estar de frente a Verena, que parece terrivelmente assustada.

— Me desculpa. — pediu num fio de voz. Notei seu olhar um pouco aflito em direção a seus pais.

Nossas famílias são velhas conhecidas, quando vimos para Nova Iorque os Walker foram  os primeiros a fazerem  negócios conosco. Eles sabem com quem trabalhamos, como trabalhamos e como funciona as regras.

— Sabe o que está em jogo?

Perguntei ao pai de Verena, mesmo estando com os olhos nela. Uma das minhas qualidades que são  bem utilizadas, é ler as pessoas e se essa mulher na minha frente que mudou totalmente meu destino, o destino que escolhi, o pouco de escolha que estava sob minhas mãos, que irá dividir a cama comigo para o resto da vida, tiver um mínimo de manipulação sobre isso, não farei nenhum porcento de esforço para que esse casamento dê certo.

— Não estava sob meu controle. — Ela falou, novamente seu olhar foi para seus pais. Estendi a mão para ela que segurou temerosa, sem dizer nada, nem olhar para ninguém, saímos dali. — Leone...

— Só me dar um segundo. — fechei a porta do meu quarto. Tirei o paletó e gravata, os jogando sobre qualquer canto. — Sempre soube quem eu seria, sempre soube o que somos. — Ela balançou a cabeça freneticamente — A partir de agora sua lealdade é comigo. Foda-se, a influência do seu pai, ele não tem mais direito nem autoridade sobre você.

— Sim.

— Foi sua escolha está aqui e agora.

— Não... — Balançou a cabeça negando rapidamente, mas seus olhos diz totalmente o contrário.

— Verena não minta para mim. — segurei seu queixo para cima, para que ela veja que não estou brincando.

—  Leone...

— Não minta para mim nunca mais, Verena.

— Não estou. Não sabia que ele iria fazer isso. Só estava assustada e com medo e acabei desabafando com minha madrasta, ela contou tudo a ele.

— Você não é tão ingênua assim.

— Estou dizendo a verdade, Leone.

Ela está trêmula, olhos cheios de lágrimas, voz embargada.

— Tudo, sobre a suposta gravidez?

— Estou.

— Nem eu, nem você lembra de um único minuto daquela noite, Verena. Então me diga... Como pode saber que rolou algo entre a gente?

— Entendo o que está dizendo, mas não é justificativa para me ofender. — pela primeira vez foi firme em suas palavras.

— Se entendi, então não leve para o lado ofensivo. Lembra a coisa sobre lealdade que acabei de falar?

— Sim. — Fungou. — Não estou mentindo. Descobri a um mês mais ou menos e tentei esconder até achar uma solução, mas fiquei assustada quando... Sabe que meu pai quer que eu case com alguém que tem poder. E a pessoa que mais tem poder, pelo menos do jeito que ele ver, é você então...

—  Então vocês juntaram o útil ao agradável. Tem noção do que acabou de fazer? Claro que tem. — me afastei.

— Se alguém aqui fez algo errado, não sou eu.

Me virei para ela, levantou o queixo em uma coragem que poderia ser admirável, mas não nesse caso. Andei apressadamente, parando bem próximo ao seu rosto, segura pela cintura bem próximo de mim.

— Nunca mais ponha em dúvida a minha honra.

— Digo o mesmo futuro marido.


...

É como dizem, não adianta chorar sobre o leite derramado. Não tem como voltar à noite em que foi consumado. A responsabilidade é toda minha, tenho que arcar com ela para o futuro da nossa família, da nossa organização não seja manchado.
A cerimônia foi rápida e simples, 
apenas alguns convidados, um brinde sem muito festejar, jantar para não passar em branco. Ninguém fez nenhuma pergunta sobre a mudança repentina da noiva, todos aqui sabem quais são as regras e devemos andar sobre elas, nem 1 cm para o lado, nem para o outro.

—  Non guardi affatto bene. (você não parece nada bem) — meu irmão Enzo falou sentando ao meu lado.

Como a família é italiana, temos o costume de falar na nossa língua natal entre nós.

— Un brindisi a questo! (Um brinde a isso) — ergui o copo que está quase vazio. Perdi as contas de quantos desse virei.

— L'ovvio, vero? (óbvio, não?) — ele riu.

— Mi dispiace fratello, ma non sei il più intelligente. (sinto muito irmão, mas você não é conhecido por ser o mais inteligente) — gargalhou.

— Tens razão. — Ele se acomodou na cadeira com resmungo, como uma pessoa de idade avançada, que mal consegue ficar sentado sem ajuda. — Pensávamos que você seria o único que não casarei por amor, até ela aparecer.

No momento, fala sobre a Reece não é o que eu quero. Talvez nunca mais toque nesse assunto.

— Eu estraguei tudo. Eu sei. Não preciso de um idiota para me dizer. — virei o último gole que tem no meu copo.

— Você é um ótimo irmão, sabia?

— Não. Eu sou um ótimo Don.


.
.

Os capítulos são curtinhos mesmo.

Amor, honra e máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora