Dois meses. Dois meses completos que Leone não voltou para casa. Era um simples compromisso, não voltou para casa desde então. Sabe o que é viver sempre esperando notícia que seu marido não voltara para casa? Minha vida eu verdadeiro tormento.
— Estão vindo! — Alex falou correndo até mim, sua irmã logo atrás.
— O que acabei de falar sobre correr dentro de casa? — Ele balançou a cabeça sorrindo, Lucy se chocou com o irmão. — Cuidado!
Com esses dois, vivo o tempo todo de cabelo em pé. Alexander é o mais velho, nove anos, Luciana acabou de fazer quatro anos, são inseparáveis. É a coisa mais fofa, porem também cansativo. Uma criança de quatro anos já tem energia suficiente, daí ela se junta com uma mais velha, a coisa toda é infernal.
Levantei Lucy batendo a poeira da sua roupa, ela se jogou para trás querendo se soltar, ir para junto de Alex que voltou a correr para porta.— São só crianças. — Deise, minha cunhada falou. A olhei, sentada calmamente folheando uma revista de fofoca. Ela parece a própria duquesa de Buckingham. Nenhuma fio fora do lugar. — Não precisa de todo esse alvoroço.
Quando me casei com Leone, não pedi muita coisa. Na verdade, essa foi uma das primeiras e principais coisas que pedir, que foi uma casa só nossa. Sei que ele tem que viajar bastante, resolver muitos problemas, muitos mesmo, praticamente não tem tempo para os filhos, para mim, mas ele achou que seria melhor, tanto para suas cunhadas quanto para mim, ficarmos todos juntos. Não poderia estar mais enganado, mas como poderia saber, já que ele não passa mais que uma semana em casa. Quem convive com elas sou eu, com os filhos delas, não, apenas Nina tem filhos. Uma menina, Deise... Não tive essa sorte. Anos de casamento, anos de tentativas e nenhuma sobreviveu para ser, "são só crianças, não precisa desse alvoroço".
— Do quê você entende? — me levantei, passei as mãos na saia do vestido. Ela me olhou com ódio, já sabendo o que direi e direi com muito gosto. — Não tem filhos.
— Você é baixa. — seu queixo tremeu.
— Eles chegaram. — Nina disse com a pequena Nádia no colo, que dorme tranquilamente com o dedo na boca.
Minha convivência com Nina é mais tranquila, ela não fala muito, não expõe seus reais pensamentos e cada uma cuida da sua vida. Ou pelo menos tentamos ter um mínimo de convivência. Diferente de Deise, que tem sempre algo a dizer.
A porta está aberta, o que deu início a uma algazarra de gritos, gargalhadas e falatório. Mas nenhuma dessas vozes é do meu marido. Enzo, com Lucy no colo, foi até Deise, que dramaticamente está com lágrimas nos olhos. Ele a abraçou e olhou para mim. Não há dúvidas, que ela acabou de falar o que aconteceu, como se eu estivesse mentindo. Ela é uma árvore seca sem dar frutos, todo mundo sabe, só que a tratam como se ela fosse de porcelana. Me poupe. Logo atrás, Luca, me cumprimentou com um aceno de cabeça ao abraçar Nina, que ainda está com a filha no colo.
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Amor, honra e máfia
RomanceQuando se faz parte desse mundo, em que tudo é mais discreto e mais sanguinário, um pico de paz e felicidade é raro ir para Leone De Angelis essa noite é uma dessas realidades. Ele sorriu ao vê-la atravessar o cômodo de um lado para o outro, chutou...