Capítulo 23

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Estou eu aqui, vendo Leone "explicar" para Alex que ele TEM que fazer uma doação para um irmão

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Estou eu aqui, vendo Leone "explicar" para Alex que ele TEM que fazer uma doação para um irmão.
Sinceramente não estou com medo do que pode acontecer, de jeito nenhum vou deixar o meu filho tirar um pedaço seu para dar para o outro garoto, se ela que quiser, não aqui, de um jeito nenhum, o meu filho não vai ser mutilado, eu sei que ele não vai ser compatível, porém se caso for, não vai rolar mesmo.

— Tenho um irmão? — meu filho perguntou ao pai, mas me olhando.

— Não. — Leone me fuzilou com os olhos.

— Paul é seu irmão.

— Não. Ele não é seu irmão Alex, meio-irmão.

O remorso e a confusão nos olhinhos dele, não é possível que Leone não esteja vendo isso.

— O que tenho que fazer?

— Paul está doente e precisa da sua ajuda, se for compatível, você vai ajudá-lo está bem? — Novamente Alex olhou para mim.

— Está esquecendo da mãe dele aqui! — toquei no meu próprio peito.

— Não já conversamos, Verena?

— Não sei se você sabe, mas a questão de transplante não tem que ser obrigatória, e nesse caso você está obrigando.

— Já conversamos sobre isso, Verena.

— Não. Não conversamos, você chegou e disse o que tínhamos que fazer, isso não se trata de uma conversa, se trata de uma ordem e como eu já falei... — Ele se levantou rapidamente, vindo até mim. — O que você vai fazer na frente do nosso filho?

— Com licença. — Diana entrou com Lucy no colo. Ele não quer apenas Alex.

— Está disposto a tudo pela sua outra família, não é?

— Está sendo egoísta.

— Para você pode parecer egoísmo, para mim, é cuidado, proteção, amor com os meus filhos. Essa criança não tem nenhuma convivência com os nossos filhos e você já quer que passem por algo assim tão invasivo e que pode dar super errado. Você tem dinheiro, tem poder e pelo que sei a família dela também tem, então, por que não procurou outros métodos?

— A melhor opção para ele estar aqui.

— Me diz uma coisa... — Me aproximei, ele está com Lucy no colo, arrumei a gola do seu paletó. — Depois que a nossa utilidade passar... quando vamos para a  cidadezinha no meio do nada? Tem que ser um lugar com boas escolas.

— Vamos. — Sem dizer nada, ele saiu com Lucy no colo, e Alex segurando sua mão.

Eu estou morrendo de ódio, de puro ódio desse idiota. Ta, a criança está doente, precisa de um transplante, consegue em outro lugar. Não é difícil uma coisa dessas, sendo que ambas as famílias têm rios de dinheiro.

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