Quando se faz parte desse mundo, em que tudo é mais discreto e mais sanguinário, um pico de paz e felicidade é raro ir para Leone De Angelis essa noite é uma dessas realidades. Ele sorriu ao vê-la atravessar o cômodo de um lado para o outro, chutou...
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Meu irmão bateu os pés, Loki recuou latindo.
— De quem é esse pulguento?
— Seu irmão benevolente como sempre. — disse Dimitri, o que fez Enzo rir.
— O que está fazendo aqui, afinal?
— Vim te trazer isto. — me estendeu um envelope — Disseram ser urgente.
Não preciso verificar do que se trata, pois já sei. Dimitri saiu levando consigo o cachorro, meu irmão se serviu de uma dose de vodka muito fuleira que tinha no frigobar.
— Nem nove da manhã é. — ele entornou a mini garrafa no gargalo. — Fique à vontade.
— É 17:00 da tarde em algum lugar.
— Hum... — comecei a folhear os papéis que há pouco estava olhando, na esperança de encontrar detalhes onde não tinha percebido. — Como anda as coisas lá em casa?
— Exatamente como a deixou. — Notei um tom amargo na sua voz. Deixei os papéis de lado, prestando atenção nele, que agora está esparramado no sofá com o tornozelo sobre o joelho.
— E esse tom?
— Nenhum.
— Humm... — ele abriu mais uma garrafa, tomando-a em praticamente um gole.
— Falando em casa... — pigarreou. — O que vai fazer quando reencontra-la? — sabia que ele não tinha vindo aqui só para trazer essas malditas informações, quando qualquer um podia fazer.
— O que acha? — perguntei como quem não quer nada e realmente agora não quero, não agora.
— Só pensa... pensa na família.
Balancei a cabeça, já começando a ficar agitado.
— Pensar na família é única coisa que eu faço a minha vida inteira, Enzo. — Saiu mais grosseiro do quê pretendia, mas não quero tocar na porcaria desse assunto agora. Não é muito difícil de entender isso. Pela minha expressão da para notar.
— Não é dessa família que estou falando. — o encarei e ele de volta, agora apoiou os cotovelos nos joelhos — Verena e as crianças. Pense... pense no quanto vai magoá-las quando perceber que ainda ama outra mulher.
— Você não sabe do quê está falando!
Saiu mais como um grunhido, um aviso para mudar de assunto agora.
— Não? — se recostou no sofá — Você Fratello' nunca foi de agir por impulso como nesses últimos dias. Quando que durante esses anos se meteu num lugar deplorável, para falar com um cara que não vale um segundo do seu tempo?
— Foi preciso. Bob sabia de mais e...
— E você queria focar em outra coisa, sem ser nos sentimentos que pensou que tinha empurrado para o fundo. Nem a viu ainda e já está assim.
