Capítulo 67

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Estou adorando essa rotina que estamos criando aqui. Essa sensação de liberdade, de poder fazer o que quiser, onde eu quiser. Sem me preocupar com nada é muito bom.

Quem dera a vida fosse só isso e a gente pudesse viver aqui pra sempre.

Ficamos ali na sala até quase metade do dia. Fiz um lanche pra gente comer e depois foi a hora dele subir a escada de volta.

E meu Deus, que drama.

- Ai Rodolffo, não sabia que você era dramático desse jeito.

- Você acha que é fácil Ju, subir todos esses degraus fazendo força só no braço?

- Homi, cê faz academia pra quê? Não é pra ficar forte?

- Também. Faço mesmo pela saúde.

- Vá deixe de preguiça e suba logo. Quero tomar banho.

- Vai indo você na frente. Depois eu tomo banho.

- Nada disso, da outra vez cê me molhou toda. Ou tomamos banho juntos ou eu tomo depois de você.

- Gosto mais da primeira opção.

- Então ande logo!

Sabia que oferecer um banho compartilhado ia fazer ele se empenhar mais. As vezes ele parece criança.

Chego primeiro no quarto e vou dar uma olhada nas sacolas que o Ryan deixou ali. A gente pegou só os remédios e deixamos o resto de lado.

Ele trouxe chocolates, uns palitinhos de carne seca, credo nunca vi isso, algumas balas e a caixinha no fundo da sacola me faz rir. Não acredito que ele comprou isso.

Rodolffo acabou de subir e está se levantando segurando na parede.

- Ei, deixa eu te ajudar. – Abraço ele pela cintura e o ajudo a sentar na cama. Tadinho ele parece cansado. Pego a caixinha na sacola e mostro pra ele – Olha o que seu amigo comprou pra você.

Ele morre de rir.

- Eita Ju, acho que o Ryan não ta muito a fim de ser tio, né.

- Tenho certeza que ele não está preparado pra esse momento.

- Bom, se depender do nosso empenho ele vai ser tio rapidinho.

Não consigo disfarçar o desconforto com isso. E ele percebe.

- Calma Juliette, eu to só brincando. Vou deixar a caixinha aqui, assim da próxima vez eu uso uma dessas.

Não era essa impressão que queria passar. Não me importo da gente transar sem proteção. Confio nele e to sempre de olho na tabelinha.

Quero muito ser mãe. Mas não sei se esse é o momento. Tem tanta coisa que quero fazer antes disso.

Me aproximo dele e o abraço.

- Não é isso Piruca.

- É o que então? Cê não quer ter filhos comigo?

- Quero, quero tudo com você. Só não sei se esse é o momento.

Olho bem nos olhos dele e peço.

- A gente pode deixar esse assunto rolar mais um pouco?

- Ta.

Ele responde de forma curta e seca. Sei que ele gostaria de continuar com esse assunto. Mas, vamos um ponto de cada vez amor.

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