Capítulo 95

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Estou achando bem a forma como nossa relação está funcionando agora.

Nunca tive isso, essa cumplicidade, essa vontade de participar de tudo, de acompanhar cada detalhe.

Semper fui um que pulava essa parte, cara que m aqui tava por mim e o que tivesse que bom pra mim.

Mas com ela tenho certeza que pode ficar por horas Vendo ela explicar a cada coisa que ela comprou pra diferença nossa casinha.

O jeito que ela fala sobre os presentes que ganhou, sobre ter fãs assim tão longe de casa.

É a melhor versão dela, e graças a Deus é pra mim que ela mostra.

Ela se ajeita no meu colo e finalmente abre a caixa do presente.

É um vestido lindo, é a cara dela.

- Piruca, que coisa mais linda. Olha a perfeição desse bordado.

- É lindo mesmo amor. Vai ficar perfeito em você.

Ela está completamente encantada com o vestido.

- Quem fez?

- Sabe o seu Antônio da raspadinha?

- Sei.

- O filho dele. Ele sonha em ser estilista de noivas, e fez esse vestido aqui pra mim no ano passado.

- Nossa, ele fez tudo isso sem ao menos saber se ia te entregar?

- Pois então? É lindo demais.

Ela se levanta e coloca o vestido na frente do corpo e fica girando enquanto olha o tecido se enroscar nela.

- Olha, tem uma carta.

- Lê pra mim vida?

Faço o que ela pede e começo ler.

...

É simplesmente um dos presentes mais lindos que já recebi.

Ele é off-white todo bordado com rendas, pérolas e brilhos, do busto até o final da saia, mas em cada parte o desenho se faz diferente.

Tem uma alcinha fina, a cintura bem marcada e saia solta. Do jeitinho que eu amo.

- Olha, tem uma carta.

É mesmo, seu Antônio tinha uma explicação, do porque ele fez o vestido dessa forma.

Coloco ele estendido na poltrona em nossa frente e volto pro colo dele.

- Lê pra mim vida?

Ele pega a carta e começa a ler, nas primeiras palavras já sinto as lágrimas nos olhos

" Oi Juliette, sou John Molinare, sou muito fã do seu trabalho e te acompanho desde o programa. Um dos meus sonhos é ser estilista de noivas, mas enquanto isso não rola, trabalho em um escritório e nas horas vagas costuro um pouco. Ano passado quando terminei de assistir seu documentário, me inspirei no vestido que usou nas ultimas cenas e criei esse. Jamais pensei que um dia pudesse te entregar. Quando meu pai disse que tinha conhecido uma brasileira chamada Juliette, tive a certeza que só podia ser você. Já desconfiava que estivesse por aqui, mas não imaginei que fosse assim tão perto.

No envelope também tem um desenho do vestido. Assim você vai entender melhor o que ele significa."

Rodolfo tira do envelope o desenho e me entrega. O croqui foi feito a mão, e tem várias coisas sinalizadas.

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