Capítulo 143

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Acordo no meio da noite e ele está encolhido no canto do colchão. Tadinho, mas uma vez eu roubei todas as cobertas. Me ajeito na cama e cubro ele.

- Ju?...

- Shiii, fica quietinho, só estou te cobrindo.

Ele se ajeita e volta a dormir. Saio da cama de fininho e vou pra dentro da cabana.

Pego um dos cadernos e anoto o nome que ele falou, coloco uma estrelinha do lado. Se for menina mesmo, já temos o nome.

Volto lá pra fora e me sento na cadeira e fico olhando tudo ao nosso redor. Coloco minha mão sobre a barriga e converso com meu bebê.

- Vidinha, será que seu pai ta certo? Será que você é uma menininha?

Sempre me vi mãe de menino. Acho que pelo fato de ter crescido com meus irmãos e depois meus sobrinhos. Mas to adorando essa possibilidade de ter uma menina.

- Será que você vai ser parecida com seu pai?

- Se for parecer com ele, por favor você pode puxar o coração bom e sem maldade, a voz mais linda, o jeitinho manhoso, e principalmente a calma. A mamãe aqui precisa muito que você seja calminha.

Fico ali um tempo imaginando como vai ser esse serzinho que cresce dentro de mim e acabo adormecendo ali mesmo.

Só desperto quando sinto alguém me pegando no colo.

- Oi vida.

- Desculpa, eu te acordei.

- Mais ou menos. Fui virar na cama e não te achei, por isso despertei. Ai olhei envolta e você estava dormindo toda de mal jeito na cadeira.

Ele me coloca no colchão de novo, deita e me puxa pro seu abraço.

- Piruca.

- Hummm...

- To sem sono.

- To vendo. Você quer fazer o quê?

Me viro de frente pra ele e começo a fazer carinho em seus cabelos.

- Nada, só quero ficar aqui.

- Que bom...

Ele me da um beijinho e fecha os olhos de novo.

...

Desperto com o sol batendo no meu rosto. Percebo que ela ainda está dormindo.

Tento sair do colchão sem me mexer muito, mas ela logo desperta.

- Ta fugindo piruca.

- Não, só não queria te acordar.

- Volta aqui.

Ela me puxa pela mão me fazendo deitar de novo.

- Bom dia vida.

- Bom dia bb.

- O que você quer fazer hoje?

- Quero voltar pra casa e gravar aquela música com você.

Tiro um pouco do cabelo que cobre seu rosto.

- Ju, não sei. Nunca gravei nada sem o Rael.

- Mas a gente não precisa lançar a música. Só quero ter ela registrada. Talvez a gente possa usar ela no casamento.

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