Capítulo 144

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Passamos num fastfood no caminho de casa e estou arrependida de ter comprado só um lanche. Comi o meu e metade do dele.

- Rodolffo, eu ainda to com fome.

- Meu Deus Juliette, você comeu o seu lanche, metade do meu e toda a batata.

- Eu sei. Mas to comendo por dois. Cê esqueceu?

- Ave Maria, desse jeito nossa vidinha vai nascer uma bolinha.

- E cheia de cabelos. E olhos escuros e uma bochecha bem linda.

Ele me olha sorrindo.

- Cê já planejou tudo?

- Sim.

- Mais cê sabe que pode não ser nada disso né?

- Sei. Piruca, nosso bebê vai ser o mais lindo do mundo, mesmo se for careca e magricelo.

- Ai Ju, só ocê mesmo. Quer voltar lá pegar mais um lanche?

- Simmm, por favor!

Ele balança a cabeça e faz a volta com o carro. Não sei o que me deu. Nunca fui de comer tanto lanche, mas esse ta especialmente gostoso.

...

Ela se acabou de tanto comer lanche e agora está largada no sofá dormindo de boca aberta.

Nem me ajudou a tirar as coisas do carro.

Guardei tudo e agora vou arrumar o closet pra gente gravar. Descobri que lá tem a melhor acústica.

Subo sem fazer barulho e organizo tudo. Coloco dois banquinhos no fundo e monto a mesa na frente. Coloco o computador e ligo os microfones. Testo mais algumas coisas e desço pra chamar ela.

Chego na sala e ela tá resmungando alguma coisa enquanto dorme. Faz tempo que não escuto ela falando dormindo. Me abaixo e fico bem pertinho tentando entender. Impossível, ela deve estar falando outra língua. Só consigo decifrar o finalzinho.

- Rodolffo.

Eu devia ter filmado. Ela não admite que fala meu nome dormindo.

- Ju, acorda meu amor.

Ela resmunga e não acorda.

- Chupa peda, acorda.

- Hummm.

- Acorda vida, vamos gravar.

Ela abre só um olho e fica me encarando.

- Não quer mais?

- Quero. Mas agora to com preguiça.

- Vai, deixa de ser mole. Temos que gravar hoje, preciso devolver as coisas pro Ryan amanhã.

Fazendo manha ela levanta e senta no sofá.

- Só vou subir, se você me levar de cavalinho.

- Então vai, sobe aí.

Me abaixo de costas pra ela que se ajeita e me segura pelo pescoço. Levanto e ela faz o mesmo.

- Mas não vou te levar até lá em cima. Só até a escada.

- Ah, por que vida?

- Porque é perigoso Ju.

Paro na ponta da escada e ela desce.

- Ainda bem que cê tem juízo piruca.

A pego pela mão e vamos subindo a escada.

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