Capítulo 148

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Nosso dia no parque foi diferente do que imaginei. Não pude fazer quase nada, então fiquei observando meus meninos.

Ver os dois brincando e correndo pelo parque me fez ter certeza do quanto esse tempo aqui mudou o Rodolffo. Ele está mais leve, feliz e aberto a falar sobre seus medos e anseios.

Foram poucos dias, perto de tudo que a gente já viveu. Mas com certeza foram os melhores.

No caminho de volta pra casa acabei cochilando, mas quando estava chegando acordei e ele não percebeu. Continuei de olhos fechados enquanto ouvia ele conversar com nosso bebê.

Ele falava baixinho pra não acordar a gente. Ouvi tantas coisas lindas, ele abriu o coração pra nossa vidinha. E o que mais me tocou, foi quando ele disse que vai fazer de tudo pra ser presente na vida dele, que quer ensinar jogar bola, cantar e estar presente em todas as primeiras vezes dele.

E tenho certeza que ele vai cumprir esse combinado. Sei que sou importante na vida dele, mas nosso filho é o centro de tudo.

Subi com o Lucca e tomamos banho juntos. E agora ele está no banheiro com o Rodolffo fazendo a barba. Ele colocou o menino sentado na bancada, passou um monte de espuma no rosto dos dois e ta ensinando ele como faz.

Paro na porta e fico olhando. Queria que todo mundo pudesse conhecer e admirar ele assim. Pensando bem, nem todo mundo, se sem conhecer ele direito já tem um monte de rapariga em cima. Imagina como seria, gosto nem de pensar.

Ele tira a espuma do rosto do Lucca com a toalha e o coloca de pé do seu lado.

- Pronto carinha, cê já ta pronto pra pegar as gatinhas na escola amanhã.

- Nada disso. Tenho ciúmes!

Só agora que ele me notou aqui na porta.

- Oxe vida, deixa ele paquerar.

- Deixo não. Nem ele, e nem você.

Ele pega o Lucca no colo e vem me abraçar.

- Eu só paquero ocê, minha gata!

- É bom mesmo visse! Nunca se esqueça que tenho olhos em todos os lugares.

O Lucca esfrega os olhinhos com sono e se joga no meu colo. O pego e vou indo de volta pra cama.

- Eu sei vida. Nossas filhas estão em todos os cantos.

Ele me joga um beijo e vai tomar banho.

Coloco o Lucca deitado no meio da cama e entrego a mamadeira.

- O que você quer fazer bebê? Ver desenho?

- Não qué.

- Posso cantar pra você então?

Ele concorda com a cabeça, então apago a luz, me deito de frente pra ele e começo a cantar baixinho.

- Você aqui no meu ninho, só dengo e chameguinho...

Vou cantando e fazendo carinho em sua barriguinha, ele termina a mamadeira e me entrega. Se vira de frente pra mim e repete os movimentos das minhas mãos em meu rosto. Vai passando a mão bem devagarinho.

Termino a música e ele pede pra continuar.

- Mais madina, mais.

Trago seu corpinho mais pra perto do meu e começo a fazer carinho em suas costas.

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