Capítulo 121

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Aproveito que Rodolffo saiu e levou o Lucca e resolvo provar o vestido que ganhei do filho do seu Antônio.

Todos esses dias eu quis provar, mas não tive a chance.

Pego a caixa com cuidado no closet e levo pro quarto. Coloco em cima da cama e desembrulho ele com cuidado.

Ele tem um perfume que não sei explicar, é um aroma cítrico, parecido com jasmim.

Coloco o vestido na frente do meu corpo. Ele é tão lindo. Saber como foi pensado cada detalhe, deixa ainda mais encantador.

Estendo ele na cama, tiro minhas roupas e aproveito pra dar uma olhada no espelho.

Fico por um tempo me analisando e imaginando como vai ser quando estiver grávida. Faço aquela clássica pose de lado na frente do espelho e seguro minha barriga imaginária.

- Deus, quando quiser mandar meu neném, já estou pronta.

Falo pra mim mesma ainda me olhando no espelho.

Coloco o vestido e por milagre consigo fechar sozinha.

Ele fica praticamente perfeito, só está um pouco largo na cintura. Mas isso, posso mandar arrumar.

Me admiro por alguns momentos. É incrível como o John acertou em cada detalhe, os bordados, os brilhos, tudo está em perfeita sintonia.

Eu bem podia usar ele pra me casar. Mas não sei, tenho medo. Rodolffo já viu, e dizem que não dá sorte.

Pego o celular e faço algumas fotos. E a cada uma fico mais encantada.

De repente me bate uma saudade de Eninha. Queria tanto dividir esses momentos da minha vida com ela. Não posso evitar as lágrimas que enchem os olhos.

Quantas vezes juntas, não imaginamos nosso casamento, nosso vestido. Resolvo então ligar pra mainha, faz dias que só falo com ela por mensagem.

Não demora nada e ela me atende toda feliz.

- Oi minha filha. Que saudade.

- Oi mainha, tudo bem com a senhora?

- Tudo sim Juliette. E você por que essa carinha de choro? Brigou com Rodolffo foi?

- Não mãe. É que estou com saudades de Eninha.

- Ô minha princesa, eu tenho saudade dela todos dos dias.

- Ai mãe, ainda não sei como a senhora conseguiu seguir em frente.

- Ué minha filha. Eu não tinha opção, tinha que criar tu e seus irmãos. Uma parte de mim se foi com ela, e a outra ficou firme e continuou.

- Tenho muito orgulho da senhora, visse!

- E eu de tu minha filha. Não fique triste assim não. Eninha não vai gostar.

Minha mãe vive dizendo que eu sou força dela. Mas ela nem sonha que minha força mesmo vem dela. De todos os ensinamentos que me deu. Respiro fundo, enxugo as lágrimas e continuo a conversa.

- Mainha, tenho uma novidade pra contar pra senhora.

- Pois fale, vá.

- Rodolffo e eu, vamos casar.

O grito que ela deu assustou, mas o sorriso que veio em seguida compensa qualquer coisa.

- Mais que maravilha Juliette. Finalmente senhor!

- Oxe mainha, até parece que estou encalhada.

- Não é isso menina. É que já tava mais do que na hora de vocês ficarem juntos de vez. E cadê meu genro? To com saudade dele visse.

- Ah só dele mainha?

- Não Ju, de vocês dois bichinha.

- Ele saiu, mais daqui a pouco volta.

- Pois então diga a ele que to com saudade e que é pra ele vir me ver.

- Pode deixar. Mainha, olha esse vestido que ganhei.

Viro a câmera do celular para o espelho e tento mostrar o vestido da melhor forma.

- Juliette, minha filha, que coisa mais linda é essa. Cê vai casar com ele?

- Eu queria, mas to com um pouco de medo.

- Oxe, medo do que menina?

- Rodolffo viu o vestido. Não no meu corpo, mas quando ganhei, abri junto dele.

- Mas Juliette, ele não pode te ver dentro dele. Se ele só viu na caixa, não tem problema.

- Ah mainha, não sei, todo mundo fala que dá azar.

- Juliette, escute uma coisa. Quando um amor é verdadeiro como o de vocês, não tem essas coisas de superstição. Seus caminhos estão traçados desde muito antes, não é um vestido que vai estragar alguma coisa.

- Ele é tão lindo né mainha?

- É perfeito minha filha, parece que foi feito pra tu.

- E foi.

Pego a carta dentro da caixa e leio pra ela, quando termino estamos as duas em prantos.

- Juliette, você tem que usar esse vestido. Ele foi feito pra esse momento, esse rapaz pensou em cada detalhe da sua vida.

- E também, eu posso mudar umas coisas, vou colocar um véu, preciso ajustar na cintura. Rodolffo nem vai lembrar de como ele era.

- Minha filha, quem cuida de vocês não dorme, e não vai deixar um vestido estragar a união de vocês.

- Obrigada mainha, eu precisava ouvir tudo isso. Estou muito feliz em compartilhar esse momento com a senhora. Foi a primeira pessoa pra quem mostrei.

- Ô minha linda. Lhe amo tanto.

- Eu também mainha. To morrendo de saudade visse.

- Eu também, voltem logo. O aniversário de Rodolffo está chegando e queria comemorar com vocês.

- Eita mainha, com essa correria aqui acabei esquecendo disso.

- Menina, cê tem que fazer uma festa pra ele.

- A senhora é muito puxa saco dele visse.

- Oxe, sou mesmo. É meu genro favorito.

- Claro que é mainha, a senhora só tem ele.

- Pois então!

- Vou pensar em alguma coisa. Mas agora vou desligar, preciso tirar esse vestido antes dele voltar.

- Um beijo minha filha.

- Beijo mainha. Bença?

- Deus te abençoe. Vocês três.

Encerro a ligação e fico encanada, por que ela disse vocês três? Deve ser por causa do Lucca.

Tiro o vestido com cuidado e guardo de volta na caixa.

Está decidido, vou usar ele pra me casar. Não tem como ser outro.

Ainda bem que mainha lembrou do aniversário dele, com essa correria por aqui nem me dei conta. Tomara que a Jenna já tenha saído do hospital e a gente possa fazer uma festa todos juntos.

Coloco a caixa no closet no momento que escuto Rodolffo e Lucca entrando em casa morrendo de rir.

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