Sempre com você

Capítulo 73

Entro em casa e está tudo apagado.

Um silêncio pesado.

Olho em volta e não tem sinal dela. Meu coração diz que ela ainda está aqui. Posso sentir a presença dela.

- Ju, por favor, onde cê ta?

Silêncio.

Tiro os tênis, penduro o casaco na porta. Meu pé ta doendo, não consigo andar direito. E isso me deixa mais nervoso ainda. To me sentindo inútil.

- Juliette, por favor aparece, eu sei que você ta aqui...

Silêncio.

Vou tentar subir a escada e meu pé falha.

- Ai! Juliette, por favor, onde cê ta trem? Não consigo ficar andando pra te procurar. A porra do meu pé não deixa.

Depois do que parece uma eternidade, ela finalmente aparece no topo da escada.

- A gente precisa conversar.

- Não quero Rodolffo. Não quero olhar na sua cara!

- Pelo amor de Deus o quê te fiz?

- Você sabe muito bem.

A raiva está praticamente me dominando agora.

Ela não ajuda.

Porque ela não fala o que a incomoda, por que toda vez sou eu que tenho que adivinhar?

Tô de saco cheio disso.

- Eu vou subir e a gente vai conversar.

- Não sobe!

Ela vai me deixar louco. Passo as mãos pelo cabelo contendo o impulso de esmurrar alguma coisa.

Não me pareço nada comigo mesmo agora.

- Bom, você que sabe Juliette. Se você não vai me deixar subir e não vai descer. Então eu vou embora!

Volto pra entrada e começo a colocar o tênis de volta.

É impossível tentar ser racional com ela.

...

Escuto ele chegar e vou até a janela olhar.

A Jenna que trouxe ele.

Ele me chama, mas não quero responder.

Inconscientemente quero fazer ele sofrer. Pelo menos um pouco.

E sei que isso não está certo.

Ele me chama de novo e continuo em silêncio.

Escuto ele reclamar de dor e vou até a ponta da escada.

- A gente precisa conversar.

Eu sei, mas não quero.

- Não quero Rodolffo. Não quero olhar na sua cara!

Ele está com outra roupa. Não entendo o porquê.

- Pelo amor de Deus, o quê te fiz?

- Você sabe muito bem.

Ele sabe o que ele fez. Estava lá, cheio de brincadeira com aquelazinha.