Capítulo 98

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 Esse foi um dos momentos mais divertidos que tive aqui. O Lucca realmente adora aquele lugar. Ficou o tempo todo brincando e se acabando nas batatinhas.

A Ju e a Jenna, já estão animadas com o batizado dele e programando mil coisas ao mesmo tempo.

E apesar de estar curtindo o momento, só consigo pensar no dia do pedido. To morrendo de medo de não dar certo ou de estragar a surpresa.

Agora mesmo quase abri a boca, ainda bem que o Ryan me deu um cutucão e fiquei quieto.

- Ô Bastião, vamos comigo lá no carro. Quero te mostrar os pneus novos que comprei.

- Oxe, cê trocou quando?

- Não importa cara, vem comigo.

Ele me puxa pela blusa e agora que me toquei.

- Rodolffo, você é lerdo hein. Caramba, eu querendo sair de boa lá de dentro e você fazendo pergunta.

- Desculpa cumpadi, demorei pra entender. Mas fala aí, o que cê quer?

- Espero que ela não tenha percebido. Oh, o Jackson já retornou minha mensagem e disse que está tudo certo.

- Ótimo, espero que o dia esteja bom e a gente não precise mudar nada.

- Vai dar certo. Como cê vai fazer pra ir lá no Lynn amanhã?

- Então eu tava pensando nisso. Cê vai ter que me pedir ajuda pra alguma coisa.

- Mas aí ela não vai querer ir junto?

- Vou dar um jeito dela ficar em casa.

- Ta bom, de noite ligo e invento alguma coisa. Vê se não vai dar com a língua nos dentes antes disso.

- Pódexá.

Elas já vêm saindo do restaurante e isso significa que é hora de ir embora.

- Vamos pra casa amor? O Lucca está cansado já.

- Vamos sim. Até amanhã casal.

- Até amigos.

A gente se despede e vamos pro carro.

...

Terminamos o almoço e já estamos indo embora. Mas não quero ir pra casa ainda.

Queria conhecer mais a cidade, daqui uns dias já vou embora e não conheço quase nada aqui.

- Rodolffo?

- Oi..

- O que você acha da gente ir no parque da cidade antes de ir pra casa?

- Ah Ju, vamos outro dia.

- Você vive dizendo que quer ir lá e tal, e agora que convido cê não quer.

- Não é isso.

Ele fala tanto desse passeio de balão, de passeio de caiaque, todo dia fala que quer ter tempo de ir no parque, e agora fica se fazendo de difícil.

- E é o que então?

- Queria ir pra casa ficar de boa com você.

- A gente faz isso todo dia. Queria fazer uma coisa diferente hoje.

Sei que estou parecendo uma criança birrenta fazendo bico e cruzando os braços. Mas poxa, queria curtir a cidade com ele.

...

Ah não acredito que ela vai resolver ir no parque justo hoje.

Essa mulher só me dá trabalho, trem!

O que custa ir pra casa e ficar de boa lá.

Vou seguindo o caminho e ela está de bico aqui do lado.

Percebo que logo na frente tem o um cinema perto das lojas. Acho que essa vai ser a minha saída.

- Ju, o que cê acha de ir no cinema? A gente nunca fez isso junto.

- É verdade. Mas de que adianta ir no cinema aqui, se a gente não vai conseguir entender nada?

Ela é dura na queda.

- Ah, mas pelo menos a gente pode ficar abraçadinho no escuro comendo pipoca. Bora vai, cê disse que queria fazer uma coisa diferente. Isso é diferente.

Ela não me responde nada, mesmo assim estaciono o carro e vou dar uma olhada nos filmes. Só tem filme antigo aqui, mas pelo menos o lugar é bem agradável.

- E aí vida, cê vai descer ou não?

- Ta bom, eu vou. Mas essa semana ainda a gente vai no parque.

- Com certeza amor. Essa semana mesmo.

Dou um beijinho nela e entramos no cinema.

Ela escolhe um filme de comédia, compro pipoca, milkshake, bala e tudo que temos direito.

- Olha Ju, só tem a gente aqui.

Vamos entrando na sala e vejo que no lugar das cadeiras comuns e enfileiradas, esse cinema tem sofás e poltronas.

- Que massa, nunca tive um cinema só pra mim. E muito menos um que tivesse sofá.

- Então vai, escolhe onde cê quer sentar.

- Vamos sentar nesse sofá que é pequeno .

Ela vai me puxando pela mão e senta no sofá que está mais no meio da sala, coloco as coisas no apoio que tem na lateral. Pego um puff pra colocar os pés e me sento junto com ela.

- Olha, vou ser obrigado a sentar bem grudado com você.

Falo e já vou puxando ela pro meu colo e a gente se ajeita melhor. Não demora e as luzes apagam e o filme começa.

...

Achei que esses cinemas só existissem em filme. Essa cidade me surpreende a cada dia.

Ta certo que queria estar lá fora aproveitando o dia, mas aqui dentro ta bom também.

- Olha, vou ser obrigado a sentar bem grudado com você.

Mesmo se o sofá fosse grande, ele ia sentar perto. Reviro os olhos pra ele e me ajeito no seu colo.

O filme começa e até que dá pra entender um pouco. Pelo menos consigo rir das cenas.

- Ei Ju, se ajeita aí que meu braço dormiu.

Pobi Rodolffo, ficou todo torto.

- Não é melhor você sentar direito?

- Não, só se ajeita pra mim levantar o braço.

Faço o que ele pede e volto prestar atenção no filme que logo acaba.

- E aí gostou amor?

- Sim, até que foi massa.

Ele aproveita que as luzes ainda estão apagadas e começa a me beijar. Agora sim o passeio de namorados no cinema está completo.

...

Saímos do cinema e apesar de estar quase rolando de tanto comer besteira, resolvo passar num restaurante e comprar alguma coisa pra jantar mais tarde.

- Ju, vou parar ali naquele restaurante e comprar alguma coisa pra jantar.

- Ta bom. Mas vê se tem alguma coisa mais levinha, a gente já comeu muita besteira hoje.

- Vou ver se eles têm salada.

Paro no drive do restaurante e faço nosso pedido. Escolhi uma salada que vem acompanhada de peixe grelhado, e outra que acompanha frango. Assim podemos dividir e ninguém fica com vontade de nada.

Faço o pagamento e vamos direto pra casa.

Estou ansioso pra esse dia acabar logo e eu ir buscar as alianças amanhã.

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