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LIANA

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LIANA

Aí meu Deus. Aí meu Deus. Aí meu Deus.

Se tem uma coisa que mexe comigo é escutar Arthur e hospital na mesma frase. Me mata, me bate, me deixa doente... Mas meu filho não. O que atinge ele me atinge em dobro e eu não sei como cheguei viva no hospital.

Primeiro que: eu jurei que o rolê mais aleatório que dei foi ter passado a noite num puteiro com a produção da 30 PRA UM, mas acabei no meio de um monte de esposas de jogadores de futebol, sentada numa rodinha enquanto uma sexóloga dava dicas pra "apimentar" a relação.

E não foi só isso não, tá?

Todo mundo teve que usar Babydoll, sabe-se lá pra que e aprender NA PRÁTICA novas técnicas de como colocar o preservativo no campanheiro, por exemplo.

Imagine a minha cara fazendo esse tipo de coisa sendo que nunca tinha pagado nem um bola gato pro Gabriel? Meu pai amado. Eu me meto em cada uma viu.

Sem contar que ficaram me perguntando como era nossa relação na cama.

Quer mesmo que eu te conte, gata?

É que assim... A gente transou na força do ódio uma vez, nem minha blusa ele tirou, continuando que ele tá com esse papo que sou eu que tenho que tirar na frente dele e agora a gente se pega, mas não transa.

Se eu falo isso pra uma delas vão pensar que ao invés de progredir estamos regredindo.

Eu entro no hospital usando nada além do tal babydoll porque tive que sair no meio da aula de como sentir prazer sozinha. Tô até agora sem saber se foi um azar ou um pico muito grande de sorte perder essa aula.

Nem o salto eu trouxe, tô descalço, descabelada e com frio.

Te contar viu.

Pra completar a atendente me faz um milhão de perguntas e me enrola pelo menos umas meia hora pra entrar e ver meu filho. E quando consigo a primeira pessoa que vejo é o Gabriel rodando mais que uma barata tonta no quarto pequeno de hospital.

—Me desculpa, Lia. Eu não sabia que ele tinha alergia a amendoim e a gente comeu pizza doce depois de jogar. Me desculpa mesmo — Ele me olha todo apreensivo.

Eu hesito e acabo abrindo e fechando a boca várias vezes sem saber como reagir. O Arthur tá deitadinho na cama do hospital, tem um soro já finalizado pendurado e a máscara de nebulização já tinha sido retirada. Ele parece bem.

—Tudo bem — Respirei fundo — Eu também não lembrei de te contar, não tinha como você saber.

Quando ele tinha dois anos, fui levar ele pra tomar um açaí na esquina de casa. Tinha amendoim nesse açaí, eu nunca tinha dado nada com amendoim pra ele antes, o Diogo não estava no Rio e eu precisei ir de ônibus pro hospital. Eu achei que meu filho fosse morrer aquele dia, sem brincadeira.

𝐀𝐓𝐄 𝐀 𝐋𝐔𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora