𝟘𝟝𝟚

34.7K 2.6K 2.3K
                                    

780 comentários pro próximo
E eu só volto quando bater, hein?

780 comentários pro próximo E eu só volto quando bater, hein?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

GABRIEL

—Isso... — Ela hesita — Quer dizer que...?

Ela vira na cama pra me olhar. Sabia que não deveria tocar nesse assunto, mas ver o jeito que ela ficou me deixou meio pensativo.

Claro que sei que não deve ter sido nada bom ter que passar por uma gravidez sozinha. Pelo que me contou o Diogo não era o melhor dos companheiros pra ela durante esse tempo, mas...

Sei lá.

Só queria que ela soubesse que não ia ser assim comigo caso acontecesse e acabei falando. Talvez fosse a hora errada, mas saiu e agora já era tarde demais pra voltar atrás.

—Eu não tô te pressionando a ter um filho. Juro, Lia — Falo rápido demais — Eu só quis que você soubesse que tá segura aqui comigo.

Tá escuro pra caralho, mas sei que ela está me encarando e estamos tão perto que nossos narizes se tocam. Um silêncio estranho toma conta do quarto e eu simplesmente sei que ela tá tentando não entrar no assunto.

Falhamos. Falhamos miseravelmente. Até porque o moleque simplesmente alugou um triplex na minha cabeça só com aquele pedido e agora não paro de pensar em como seria ter um filho com ela.

—Eu nunca mais pensei em ter filhos — Diz depois de um tempo — Porque na verdade eu nem queria ser mãe — Soltou uma risada, esfregando o nariz no meu — Eu lembro que via meus irmãos casando e tendo um monte de crianças e pensava que aquilo não era pra mim, sabe? E aí eu vim embora pra cá e aconteceu o que aconteceu — Ela limpa a garganta — O Arthur não foi uma criança planejada, Bi. Eu não tinha nada sério com o Diogo e eu sabia que ia ser como foi se engravidasse.

Sei que deve ser uma péssima hora, mas não consigo não deixar minha mão adentrar a blusinha de pijama que ela está usando. Meus dedos apertam sua cintura trazendo-a mais para perto.

Não de um jeito indecente. Não. É só mais uma espécie de contato pra que ela saiba que estou aqui. Porque esse é o meu jeito de demonstrar. Tocando. Fazendo a pessoa me sentir.

—Eu ficava pensando que ia ser uma mãe horrível porque naquela época eu não sabia nada sobre ser uma boa pessoa. Eu só queria me divertir, sabe? Eu bebia e dormia na estrada com ele. Acordava não fazia ideia de onde eu estava ou como foi que eu fui parar lá... Então na hora que o Arthur falou aquilo lá embaixo, passou um filme na minha cabeça — Ela diz, deixando com que eu toque o canto da sua boca com os lábios.

Qual o meu próximo passo?

Eu só quero que ela se sinta bem comigo, que continue falando, que deixe com que eu toque ela assim... Devagar, sem pressa, no nosso próprio tempo.

𝐀𝐓𝐄 𝐀 𝐋𝐔𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora