Ele é tão irritante. O ego dele não cabe nesta sala e me sinto sufocada com sua presença.
É ano de Copa do mundo, sou contratada para conter danos e Gabriel Barbosa tem vários deles para conter. O relacionamento conturbado com a irmã do Neymar, a po...
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ＧＡＢＲＩＥＬ
—Mãe porque tem um roxo no seu pescoço? — O Arthur perguntou segurando uma coxa de frango do tamanho da cara dele na mão.
Eu que tava bebendo meu suquinho de laranja de boa, engasguei e quase morri com a audácia da criança.
—Tem outro aqui oh mãe! — O menino continua, apontando com a coxa de frango pra manchinha no decote do pijama.
—Ahn... Foi um bichinho que picou — Liana inventou, passando a mão bem na frente da marca roxa no peito e me olhando com uma carranca.
—Foi o tio Tuê que fez igual o papai disse? — Arthur pergunta.
—Como? — Pisquei sem entender.
—Seu pai só fala besteira — Liana tentou mudar o assunto — Come aí, menino. Hora da comida é sagrada, esqueceu?
—Não. Explica pro tio, Arthur — Eu peço largando o garfo e a faca no prato e cruzando os braços sobre a mesa.
—É que o tio Tuê tem uma música que chama Vampiro, né? É por isso — O moleque solta uma risadinha, mordendo a coxa de frango. Eu olho pra Liana com o cenho franzido.
—Desencana, seu ciumento — Ela tira sarro de mim.
Ciumento.
Ciumento.
Tá. Talvez eu seja um pouquinho.
É que imaginar qualquer outra pessoa fazendo o que estamos fazendo me deixa meio maluco. Ou ter que escutar as coisas que o MC Maneirinho falou mais cedo. Ou imaginar o Tuê deixando um chupão onde eu deixei. Que? Que sem lógica.
Que eu saiba eles nem se conhecem e o Matuê não faria isso comigo porque somos amigos... Né?
—Desencana, Gabriel — A Lia revirou os olhos, como se não fosse nada demais.
—É que eu sei bem que bichinho que te deixou assim — Ergui a sobrancelha olhando pro pescoço dela — Tô ligado que tem uma fila desses bichinhos por aí, loucos pra fazerem o mesmo.
—É, mas da próxima vez que o bichinho que fez isso aqui fizer de novo vou ter que tomar medidas drásticas e aparar o napolitano dele — Ela leva uma garfada de comida até a boca e me encara com os olhos apertados.
Eu engulo em seco porque o jeito que ela aperta os olhos com raiva me dá um pouquinho de medo.
—Porque o bichinho fez isso? Eles nunca fazem em mim. Olha! Não tem nada roxo — O garoto passa as mãos nos próprios braços.
