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GABRIEL

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GABRIEL

Tô me sentindo o Rodrigo Hilbert.

Porra, tem um pano de prato no meu ombro e uma concha na minha mão.

E mais: eu tô no fogão virando bolinho de chuva depois de ter refeito a massa todinha com a Liana e o Arthur.

Pra completar meu drama ainda tem tudo que aconteceu lá em cima fervilhando na minha cabeça.

Simplesmente não sai da minha cabeça.

Papai. Papai. Papai.

Eu tenho algumas coisas pra falar sobre isso.

Número um: ser pai sempre foi um dos meus maiores sonhos e talvez agora, depois que estar conseguindo realizar meus sonhos profissionais, esse negócio de ser pai esteja mexendo duas vezes mais comigo.

Número dois: isso me assusta porque não gosto da maneira que provavelmente o MC Maneirinho vai reagir quando descobrir que algo assim aconteceu. Claro que eu nunca tive intenção de roubar o posto dele e na minha cabeça ele deveria estar agradecido pela mãe do filho dele ter encontrado alguém que trate bem a criança, mas vai saber o que se passa na cabeça daquele maluco.

Número três: isso tudo é tão natural. Estar fritando bolinho de chuva num domingo a noite com eles é tão natural.

É tão natural que não me lembro de ter assinado um contrato pra viver um relacionamento fake com essa mulher e ver ela beijando o filho toda felizinha acabou de se tornar minha imagem favorita.

E porra... Isso me deixa maluco.

Ela me enlouquece de muitas formas.

Primeiro que ela é tão carinhosa com o filho, ela beija, esmaga ele entre os braços e ri quando ele a cutuca exatamente naquele lugar que não gosta que eu toque. Segundo que não consigo imaginar que tipo de coisa aquele perturbado fez pra fazer com que a única pessoa que ela se sinta confortável seja o filho de cinco anos. Terceiro que nunca desejei tanto estar no lugar de uma criança.

—Vai queimar os bolinhos desse jeito — Ela me olha enquanto o Arthur fecha os olhos e encosta o rosto nos peitos dela.

—Que folga hein, dona Liana? — Estalei a língua no céu da boca e me virei pra virar o último bolinho na fridigeira.

—Eu bati a massa praticamente sozinha — Ela estalou a língua também, fazendo o menino sair de seu colo e caminhando até a pia.

—Eu e o Tutu arrumamos a cozinha toda praticamente sozinhos. E nem reclamamos — Olhei enquanto ela parava bem do meu lado.

—E nem podiam reclamar, fizeram a bagunça sozinhos também — Ergue uma sobrancelha — Não fica pronto nunca, Rodrigo Hilbert do Mengão? — Abre um sorrisinho debochado.

𝐀𝐓𝐄 𝐀 𝐋𝐔𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora