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(obs: o próximo já tá prontinho, vou só esperar a meta ser batida pra soltar 😝)

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GABRIEL

Acho que nunca tinha visto a Liana tão nervosa. Quer dizer, teve aquele dia que ela ficou puta em Minas e aquela outra vez que precisei sair correndo com o Arthur pro hospital, mas dava pra ver que ela não estava nada bem só pelo fato de não olhar diretamente pra mim em momento algum. Tipo... Vidrada no Arthur. O tempo todo.

—Não, papai — O Arthur balança a cabeça negativamente em minha direção — Eu quero que você que vai comigo.

—Não mesmo — A Liana solta uma risada — Eu vou entrar com você.

—Papai, vem você comigo — O Arthur sussurra pra mim, eu olho dele pra mãe dele me sentindo numa sinuca de bico.

Se eu entro sozinho com o menino e o pai dele chega nesse meio tempo a coisa fica feia. Por outro lado não sei se é uma boa ideia deixar a Liana entrar sozinha com ele e a enfermeira deixou claro que só pode e entrar um acompanhante.

Eu nem sei se consigo não pirar sozinho com ele lá dentro. Era só entrar e medicar, não era? Vou ter que fazer o que, segurar ele no colo e dar apoio moral? E se ele chorar?!

—Por favor, papai — O menino choraminga agarrado no meu pescoço. Ele ainda está muito quente. Tipo, muito mesmo.

—Eu entro com ele, Lia — Falo pra ela.

Ela me encara, engole em seco e cruza os braços em frente ao corpo.

—Vou entrar com ele — Bate o pé.

E... Eu meio que não posso fazer nada, não é? A mãe é ela, meio que sou o intruso da relação aqui. Dou um jeitinho de deixar o Arthur sentado no estofado e me levanto.

—Você tá muito nervosa, não é melhor me deixar entrar com ele? — Limpo a garganta.

—Eu vou entrar — Ela fala, abraçando o próprio corpo.

—Olha só — Solto um suspiro, tirando a camisa cinza que estou usando por cima da regata branca pra colocar sobre os ombros dela — Você sabe que vou cuidar bem dele lá dentro, né? Vou te contar tudo depois, perguntar tudo que vier na minha cabeça e os caralho. Você sabe disso não é, Lia?

—Eu sei, só... — Suspira, colocando a camisa que eu estendi — Sei lá, sou a mãe dele. Eu quem deveria entrar, né?

Não sei porque isso me machuca. Eu realmente não sou o pai, mas... Porque soou como se eu não devesse entrar?

—Desculpa – Ela murmura, me olhando finalmente — Não quis dizer que você não deveria entrar, me desculpa. Eu só tô assustada.

—É, Lia. Você tá assustada — Olho pra ela — Eu sempre cuidei bem do seu filho, não seria diferente se eu entrasse com ele agora. Talvez ele se sinta mais à vontade comigo, a gente se dá bem e você precisa relaxar. Não vai acontecer nada demais.

𝐀𝐓𝐄 𝐀 𝐋𝐔𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora