Capítulo 32 - Entre Acordos e Trapaças, parte 2

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— Ah... assim está melhor, maridinho...


"Droga, será que essa louca não vai me deixar em paz? Eu tenho que fazer alguma coisa" - pensava Kira enquanto se recuperava da dor.


— Droga, Misa..,eu nunca te bati, nunca te xinguei, eu nunca te tratei mal... por que isso agora?!


A Misa-Misa não podia ouvir os barulhos, porque a diaba sabia inibir todos os sons do quarto.


Kira e a diaba tiveram então uma discussão, lavando a roupa suja, ela o acusando de traição e tentativa de assassiná-la quando tivesse chance, e das coisas horríveis que ela ouviu naquele áudio revelado por Near, além da frieza dele e das ordens exploradoras, enfim...ela reclamava dele agir como um egoísta sem coração e jurou fazê-lo sofrer a dor da rejeição e da traição, fazendo-o se apaixonar por ela e passar por tudo o que ela passou.


Kira, por outro lado, se queixava dela lhe perseguir e lembrou-lhe que ele foi sincero desde o primeiro dia, dizendo claramente que não a amava, e ela aceitou ficar de seu lado mesmo consciente de que jamais seria correspondida. Ela tinha consciência de com quem ela estava lidando, e não tinha do que se queixar já que acima de tudo ele foi sincero e foi um cavaleiro com ela o tempo todo.


Toda a rejeição e traição que ela sofreu foi por culpa dela mesma por tê-lo procurado e ter insistido em ficar do lado dele, mesmo sabendo da rejeição deste e de seu caráter.


Kira lhe lembrou que apesar de tudo, nunca lhe bateu, nunca foi rude, nunca a humilhou diante de ninguém, agindo sempre como um cavalheiro agiria. E ainda lhe deu amor e carinho, mesmo que fosse raramente.


Mesmo tendo vindo do Inferno, e apesar de agora ela ser maligna, a diaba-Misa tinha consciência do que era certo ou errado, e refletindo sobre tudo que Kira falou naquele momento, ela viu que estava realmente errada no fim das contas, e resolveu desistir de continuar a torturá-lo gratuitamente, mas ela não era tola de demonstrar esse arrependimento pra ele.


A diaba tinha o dever de manipulá-lo, e pra isso não poderia demonstrar fraqueza. Ela apenas fingiu continuar odiando-o, mas desistiu de enfeitiçá-lo pra fazê-lo se apaixonar por ela e induzir a Misa-Misa a começar a traí-lo com vários homens, como era seu plano inicial. Após essa rápida e lúcida reflexão em função da discussão, a diaba-Misa decide deixar Kira em paz em definitivo, mas mantendo-o sempre sob controle.


— Diga-me, Raito...qual era o seu plano vindo de volta no tempo pra cá para a Terra? Vai continuar com a mesma ideia de criar um Novo Mundo?


— Por que agora você está interessada nisso, Misa?


— Hum, hummm... apenas fiquei curiosa... - disse a diabinha rolando na cama, mudando sua aparência pra outra bem mais sensual, e retirando uma maçã de trás de si, dando uka mordida. - diz,...meu príncipe. - acrescenta ela, sorrindo e se divertindo com o diálogo.


Kira ficou atordoado de ver a mudança enfeitiçadora dela, mas se conteve pra não demonstrar desejo ou submissão, coisa que seria contrária à sua personalidade tipicamente manipuladora.


Kira foi sincero na resposta...eles dois conversaram muito sobre pontos-de-vista,...sobre as coisas do mundo...da vida e da morte. Nem em todos os anos em que eles passaram juntos quando eram humanos jamais conversaram tanto entre si como agora, nesse intervalo tão curto de tempo.


Kira tava se sentindo feliz por ter uma nova ouvinte que compreendia sua logica e concordava com seus pensamentos, mesmo em se tratando de alguém de certa forma já conhecido e duplicada como ela era. Nem pra Misa-Misa ele chegou ainda a falar sobre estas coisas que está revelando pra diabinha.



Notas Finais


Nada como uma boa conversa pra Kira mudar alguém...

Death Note - ContinuaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora