Capítulo 50 - Será que Kira pode ser domesticado?

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Notas do Autor


Não sou padeiro, mas tem mais um "curta-metragem" saindo do forno....Capítulo 50 - Será que Kira pode ser domesticado?


Light fica gélido por um momento. "Será que... não. Toda a gravação só tinha como endereço o notebook do Near, que está na pousada. Ninguém tem acesso a ele, e além disso, eu enchi o lugar de explosivos. Não tem como eles terem descoberto tudo."

O senador Li acena para Kenji que liga o áudio do celular, revelando a voz de Light admitindo a culpa no galpão.

Antes de Light abrir a boca pra argumentar uma defesa, o diretor se antecipa:

— Eu já disse, Light. Está tudo bem. Não achamos mal você ser o Kira se cooperar com agente.

— Light... deixa eu te explicar... — disse o espião Kenji — eu e meu parceiro estávamos monitorando a Força-Tarefa o tempo todo. Soubemos com antecipação de seu encontro com Near porque gravávamos tudo com a ajuda do falecido Hideki Ide da sua Força-Tarefa, que gravava todos os áudios de todos os dias sem levantar suspeitas. Ele era nosso agente infiltrado na AISP...o outro é o seu amigo diretor que está aí na sua frente.

— Depois de sabermos do local e data do encontro, foi fácil pra nós instalarmos um bloqueador de sinal no local pra evitar que Near transmitisse qualquer informação via mobile ou notebook. Todo o setor estava bloqueado e sob nosso controle o tempo todo. Ouvíamos e víamos tudo, Light. — dizia Kenji enquanto mostrava os vídeos do momento em que ele levava os tiros e tudo o mais no celular.

"Então foi por isso que os e-mails do Near davam falha no envio, como imaginei...mas não posso demonstrar surpresa...não, hum...hum,...ha..."

Light sorri pra dentro de cabeça baixa e olhos fechados por um momento. Depois ele não se controla mais e gargalha diabolicamente chegando ao ponto de derramar até algumas lágrimas não de tristeza, mas sim de alívio... alívio de quem finalmente não precisa carregar calado mais todos os segredos sozinho, descarregando tudo o que ele segurou esse tempo todo em uma enorme e quase insana gargalhada.

Guardar segredos sozinho é pra poucos, e ali naquele momento, Light,... ou melhor, Kira, começa a perceber que aumentar o número de pessoas confiáveis compartilhando um importante segredo pode ser um alívio e um apoio até mesmo psicológico pra ele.

— Mas uma coisa eu não entendo, Kira... — diz agora o diretor, observado discretamente por Li, que se levanta e pega uma bebida. — você levou vários tiros...todos nós vimos e ouvimos...chegamos até a duvidar de Matsuda achando que era uma armação entre ele e você... "talvez fossem festins", pensamos...mas eram balas de verdade! Como diabos você saiu inteiro dali?!

Li volta com a garrafa e quatro copos, distribuindo pra todos, sem demonstrar interesse algum na resposta, enquanto Light pondera o quanto deve ou não falar, cuidadosamente.

Death Note - ContinuaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora