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Eu queria vê-lo, e agora que consegui, já não é mais o suficiente. Nem esperei que fosse uma experiência tão estonteante. Ainda atordoada, parei alguns instantes no topo da escada para tentar me recompor. Inspirei, expirei. Fechei e abri os olhos. Quantas vezes precisei repetir esse processo desde que esse homem reapareceu em minha vida?

Fui em passos rápidos até o Dj e fiz o pedido da música, quase forçada, pois minha boca mal movia-se – precisei de uma força inestimável para isso. Ao voltar, caminhei propositalmente mais próxima das grades, para poder olhar para baixo e talvez encontrá-lo ainda no mesmo lugar. Ele não estava muito distante, caminhando em direção ao restaurante, iluminando todo o caminho que percorria.

Meu corpo por inteiro está em disparate. Solto um suspiro e levanto a cabeça, indo até a mesa de Bia.

Assim que chego, Sávio se afasta no banco e puxa Bianka, liberando mais espaço para que eu sente. Noto que Lisa não está mais lá.

— Demorou... — Bia comenta maliciosamente enquanto me sento, pegando a bebida de minha mão. Como não dou resposta, tendo em vista que meu sistema não está funcionando corretamente, ela pergunta: — Aconteceu algo?

Ainda sem dizer nada, apenas viro lentamente o rosto em sua direção e olho em seus olhos. É muito engraçado, pois basta isso para que ela entenda tudo.

— Você o viu — conclui, chocada e boquiaberta, as mãos tapando a boca. Eu assinto, comprimindo os lábios. — Onde?

— Em frente a estante de bebidas, ele estava passando.

— Estava com alguém? — Bia morde os lábios, preocupada.

— Só vi Eduardo.

— Ele te viu?

— Nos falamos. 

Seus olhos brilham, esperançosa.

— O quê?

— O mínimo. Na verdade, não sei, ainda estou desorientada.

— Maria Júlia... — sussurra ameaçadoramente.

— Eu sei — aperto os olhos. Viro mais uma dose da bebida que descobri ser chamada Lady's Jack.

— Isso não pode ser coincidência.

— Olha, cala a boca — peço, estressada. Bianka responde com uma risada animada. — Ele veio com esse mesmo papo.

— Como assim?

Cruzo as pernas e viro meu corpo de lado no banco acolchoado, em frente a ela.

— Ele olhou bem dentro dos meus olhos e disse: eu não acredito em coincidências. — Apoio a mão no peito como uma dramaturga, imitando-o com o sotaque.

— Olha! — Bianka aponta para os próprios braços. — Tô toda arrepiada!

— Mas não aconteceu nada, Bia. Ele voltou para onde estava e eu estou aqui agora. Só nos vimos, acabou — suspiro, e ela revira os olhos, virando sua dose.

Assim que Bia leva os olhos à frente, estava prestes a começar a reclamar, mas dá uma gargalhada, tentando disfarçar com as mãos na boca.

— Eu acho que ainda não tô bêbada o suficiente para alucinar, a menos que tenham batizado meu copo. Aquele ali não é Joseph? — Bia aponta com os olhos e eu me viro instantaneamente.

Lá estava ele, lindo, mais uma vez, com sua garrafa de cerveja em mãos, caminhando quase inocentemente até as mesas do lado contrário à nossa. Estávamos à esquerda da escada, e ele, agora, à direita. Eu diria que Joe inesperadamente apareceu ali, mas antes que eu subisse, ele me perguntou onde eu estava. Agora é proposital.

efeito borboleta || joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora