Os passos altos no corredor celestial eram o contraste com o profundo silêncio. Os pilares altos e brancos como mármore sustentando um teto que nem sequer podia ser visto através das nuvens.Dois homens altos vestidos de branco arrastavam um homem mais baixo pelos braços. Ele parecia surrado com feridas no rosto e sangue na boca. Hematomas o cobriam da cabeça aos pés e ele parecia completamente ferido.
Seus olhos estavam fechados e era possível ouvir suaves gemidos vindo de sua garganta. O homem ferido também está de branco porém, com roupas sujas e rasgadas. Ele foi duramente jogado no chão aos pés de um trono dourado enorme e muito bonito.
Ninguém podia ver nada mas uma voz grave e forte se instaurou no local.
- Quem é este que trouxeram a mim?
Os homens ficam em posição de rígida e prestam uma reverência ao trono. O homem no chão se sustenta de joelhos fazendo uma reverência desesperada. Ele se sacode várias vezes contra o chão enquanto as lágrimas molham seu rosto.
- Senhor, esse anjo é um pecador. Quebrador dos preceitos sagrados instaurados pelo senhor.
- Pete que pecado você cometeu contra mim? - a voz grave pergunta com gentileza.
- Senhor eu avistei do meu lugar um homem terreno pelo qual senti atração. Sei que anjos não devem de envolver com humanos mas meu coração vacilou e eu acabei descendo a terra.
- Você teve relações com esse homem ? - a voz pergunta agora chateada.
- Não! Eu não tive apenas conversei com ele meu senhor. Eu juro! - Pete chora mais um pouco enquanto roga perdão.
- Só o ato de desejar um mortal já é um pecado. Anjos abrem mão de desejos carnais para servir a propósitos celestes. Anjos não devem desejar nada e nem ninguém seu trabalho é apenas executar os desejos do Senhor. - um dos anjos fala sério.
- Ren, deixe que eu mesmo o julgue. - A voz fala em repreensão.
- Me perdoe senhor. - o anjo se desculpa e se afasta do trono.
- Pete, estou desapontado com você mas contanto que esse erro não se repita estou disposto a perdoar você. - A voz diz gentilmente. - Minha leis não são duras e minha mão não é pesada.
A expressão de Pete de torna desamparada e seu coração se enche de uma sensação amarga. Seu corpo pequeno se ergue de pé perante o trono sagrado e sua voz mesmo que fraca se torna alta no salão.
- Suas leis não são pesadas? Com base em quem? Quem é o parâmetro de força que você estabeleceu? Honestamente Senhor eu nasci com a capacidade de ter emoções e também de desejar, como um presente sagrado eu os mantenho comigo. Então porque sempre tenho que abrir mão deles? Qual o motivo de eu largar minhas emoções no limbo. Quem se beneficia com isso?
Os outros anjos sentem medo das palavras que escapam da boca de Pete assim que o salão estremece. Todos de prostam com o rosto voltado para o chão.
- PETE! COM QUE DIREITO ME QUESTIONAS? QUAL É O PODER E QUE CONQUISTAS EFETUOU? O QUE SABES QUE SEJA MAIS VALIOSO DO QUE O QUE EU SEI?
- O Senhor é o ser de maior poder no universo mesmo assim apenas me fez mais perguntas porém em nada respondeu minhas.
Nesse instante Pete foi erguido do chão enquanto toda a sala estremecía como um terremoto. Raios estavam no topo do trono celestial.
Então lentamente o anjo questionador é posto no chão. O local fica mais ameno e então a voz agora mais suave fala:
- A minha resposta depende da sua, se você quer ser meu anjo para sempre deve abrir mão das coisas mundanas e mortais que acabam. Mas se quer se arraigar a isso eu lhe darei permissão, deixarei você viver no meio humano e se você em três meses não se arrepender eu deixo você lá.
- Meu senhor eu quero tentar viver como um humano. Me permita viver na terra. - Pete pede.
Em um piscar de olhos o garoto desapareceu, a sensação era como se ele tivesse caindo para sempre. Sua queda durou minutos e ele já estava ficando desesperado quando finalmente sentiu o apagão.
Tudo ao seu redor ficou escuro e ele acordou no chão. Pete quando abriu os olhos ouviu som de pessoas conversando perto a um ponto de ônibus.
Eles riam e falavam sobre seu dia, mas quando notaram que o jovem acordou se afastaram para mais longe. Na verdade, aquele gestou deixou o jovem anjo muito magoado.
Os humanos não eram calorosos, os anjos nessa altura já teriam o estendido a mão e levado ele para ser curado. Cura? Era para o corpo de Pete estar curado e suas roupas restauradas, porém, nada disso aconteceu e ele ainda estava com aspecto deplorável.
***
Passaram se dois dias com Pete vagando de um lado a outro sem conseguir ajuda. As vezes alguém lhe deixava umas moedas, e no hospital ninguém quis o atender sem que ele pudesse pagar.
Ele simplesmente vagou e vagou com fome e sentindo seu corpo inteiro doer. A sensação era de desespero e o jovem anjo estava começando a acreditar que era melhor a morte do que a vida.
Pete já estava prestes a se ajoelhar e desistir pedindo para voltar ao mundo celestial quando algo inesperado aconteceu.
Uma após outra gota suavemente caia do céu, molhando o rosto de Pete que fitava o céu impressionado. Ele nunca sentira a chuva antes, ele sorriu se sentindo menos atribulado mesmo com o frio repentino.
Ele girou em meio a água uma vez extasiado mas seu corpo cansado não aguentou e seus joelhos desabaram o fazendo cair.
Já era noite e estava escuro quando isso aconteceu. Aos poucos uma sensação estranha preencheu o ar, era um aroma adocicado de alguma fruta suave. O cheiro se tornou mais forte e o som de passos era ouvido em meio a chuva.
O som do pé batendo na água era algo novo também. Pete estava caído no chão sem energia e agora estava realmente desistindo de tudo. Mesmo que fosse difícil ver pela chuva ele estava chorando.
Humanos tem que passar por muitas atribulações e dificuldades. Sem dinheiro você não é humano, seu valor tem preço. Sem um emprego e uma boa aparência você vive como um miserável.
Ele sentiu naquela hora o peso de ser humano e viver como um humano. Os passos se aproximaram gentilmente e de repente ele já não sentia a chuva molhar seu rosto.
Ao olhar para cima um homem bonito segurava um guarda chuva no topo de sua cabeça. O homem sorriu gentilmente e então falou baixinho:
- Seja forte. - essas palavras foram tão calorosas que Pete não teve reação.
Então o homem pôs as mãos no bolso e saiu andando na chuva. Uma sensação totalmente diferente tomou o coração de Pete.
Ele era um homem realmente muito bonito mesmo a noite e em meio a chuva ele parecia bem destacado. O bem feitor parou após um tempo como se não tivesse certeza do que fazer a seguir.
Então ele voltou se abaixou e ficou na frente de Pete. Seus olhos iluminados o fizeram o garoto ficar distraído.
- Você precisa de ajuda? Você não parece bem? Precisa de um hospital? Onde é a sua casa? - As palavras do homem na verdade pegam Pete de surpresa.
- Você me ajudaria ? - a voz de Pete é fraca.
O homem sorri fraco então estende a mão para Pete. Após observar por um tempo o anjo segura a mão do desconhecido então fica de pé. Ao ver que ele parece fraco o homem se abaixa e então faz Pete subir em suas costas.
O garoto segura o guarda chuva que ganhou sobre as cabeças de ambos com uma mão e com a outra se segura fortemente em seu resgatador.
A vida humana é difícil, pessoas são em sua maioria ignorantes e alheias ao sofrimento de quem não lhes importa. Em meio a tantas pessoas cruéis ou apenas omissas surgiu alguém que tinha muito mais a oferecer do que apenas algumas moedas inúteis. Um homem de coração bom.
Esse é um capítulo teste eu fiquei remoendo várias coisas criando cenários e cenários e esse daqui acabou me chamando atenção. Então eu vou tentar seguir por esse caminho se parecer ruim e a história não ficar legal a gente recomeça sem problema. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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Planos Divinos (VegasPete)
FanfictionVegas é o deus da neutralidade e do equilíbrio tudo em sua vida exige o máximo de controle. Ele não ama e nem odeia nada e nem ninguém. Ser neutro em relação a tudo é seu dever. Mas quando um anjo de coração ferido decide viver como um humano fica...