Pete POV
Eu achava que deuses eram criaturas imponentes e majestosas. Mas após um silêncio incomodo enorme Vegas tossiu bastante e vomitou em um balde.
Bem anticlímax, o que só me reforçou minhas dúvidas sobre se esse ser era deverás um deus. O jeito que ele me olhou me fez sentir que ele nem sequer estava me enxergando direito o que só me deixou com mais pena.
— Que bom que só vomitei depois que ele saiu. Se eu o ver chorar mais uma vez sendo que quem está morrendo sou eu eu juro que vou perder a paciência. — ele resmunga.
— Se ele chora é por que se importa com você. —respondo desinteressado. Puxo uma cadeira e me sento perto do tal deus.
— Não mereço essa preocupação por parte dele. Eu não me sinto igual sou incapaz de me importar demais com alguém específico. Jamais teria o mesmo cuidado para com ele então é em suma uma perda de tempo.
—É por isso que ele é o senhor do amor e não você —revirei os olhos.
— Sou o senhor do equilíbrio e da neutralidade. Tudo em mim é sobre controle e não ultrapassar nada sendo apenas morno sempre, nunca quente e nunca frio. Não amo e nem odeio ninguém.
— É impossível não ser nada. Se é morno então é um pouco quente e um pouco frio. Você é tão bobo que não entende a si mesmo?
Vi os olhos do adoecido senhor de alguma coisa ficar em chamas. Parecia que ele iria me destruir ali mesmo. Ele sente raiva! Seu equilíbrio não é natural ele se força a estar em um estado de equilibrio. Percebi isso quando assim que percebeu estar nervoso ele se acalmou e voltou ao modo normal.
Ele é uma bomba inativa que as vezes da sinal de vida mas depois volta para dentro do casco. Ele é como um anjo se abdica de tudo e todos apenas para manter uma coisa funcionando. A troco de que ? Pelo bem dos outros porém, ninguém percebe o esforço então acaba parecendo em vão.
— Convidado ingrato vá até a cozinha e pegue uma bebida verde na geladeira para mim. É um treco horrível que o Liv me preparou e se eu não tomar temo que ele venha me matar.
— Você teme o deus do amor? - pergunto debochado.
— Ouvi dizer que você já amou, então sabe que deveria ter medo.
As palavras dele me atingiram como um soco. Esse ser parece se esforçar para que as pessoas não se sintam bem perto dele. Apesar de machucar ignorei o comentário ácido e fui para a cozinha buscar o que ele pediu.
***
Quando voltei ao quarto Vegas já não estava na cama eu ouvi um som do banheiro então imaginei que ele estava ocupado.
Fiquei andando pelo quarto observando os detalhes. Em sua parede havia um quadro de três homens bonitos, provavelmente deuses. Um estava sentado no chão e atrás dele está outro o abraçando e do lado um os observava com um sorriso.
Deve ser o quadro gay mais divino que já vi. Tentei segurar um sorriso pela minha piada mental. Continuei perambulando pelo quarto até a cômoda onde tinha um livro aberto. Eu olhei sua capa e o título era " Quem pode amar?" , um outro livro do lado tinha o título " O que fazer se eu não me interesso por nada?".
Eu encontrei uma tese sobre assexualidade. Também tinham vários livros falando sobre afeto e comportamento social. Percebi que ele era um ser deslocado no mundo.
Deve ser assustador ver todos ao seu redor sendo inteiramente intensos e amando, se magoando e vivendo ao máximo suas emoções. E só você não entender e não compartilhar interesses com ninguém.
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Planos Divinos (VegasPete)
FanfictionVegas é o deus da neutralidade e do equilíbrio tudo em sua vida exige o máximo de controle. Ele não ama e nem odeia nada e nem ninguém. Ser neutro em relação a tudo é seu dever. Mas quando um anjo de coração ferido decide viver como um humano fica...