Planos Divinos (VegasPete)

...Oito...

Se eu tocar essa nuvem
Estarei fazendo algo errado?
Posso amar a nuvem
Isso me torna culpado?
A nuvem é tão bonita
E tão macia de tocar
Se eu tocar a nuvem
Quem irá me condenar?

Pete POV

Conheci um pouco do interior do senhor do equilíbrio. Ele era uma criatura que parecia ansiar para ser como os outros seres. Eu não posso mensurar o quão difícil deve ser para ele.

Voltamos para a casa do ser divino que agora parecia bem melhor do que ontem. Sua cor já estava bem melhor sem a palidez e sua expressão era mais suave.

Medi sua temperatura e agora ele estava em temperatura normal. O que o ser intrigante fez foi jogar suas coisas na cama e então ele parecia refletir sozinho.

Decidi vasculhar mais as coisas na casa do ser divino.  Olhava item por item até que fui surpreendido pelo ser bem atrás de mim  com sua respiração quente tocando o meu  pescoço.

- Ei que diabos fica longe de mim.- Pete resmungou.

- Você quer conhecer um lugar especial? - ele me pergunta.

- Quão especial ?

- O meu refúgio. - Vegas sugere.

Eu não entendia da onde vinha esse desejo de Vegas me mostrar algo. Ele é um ser que transcende tudo e todos. Ele parecia intrigado comigo como se eu fosse uma incógnita no mundo que ele não conseguia explicar por mais que tentasse muito.

- Por que alguém como você faria isso? - pergunto.

- Eu não sei, mas já que vamos ficar perto um do outro por um tempo acho que não vai doer te mostrar um pouco do meu mundo. - ele diz envergonhado.

Seu rosto estava vermelho e ele arrastava o pé delicadamente no chão. Ele me estendeu a mão e pediu que eu fechasse os olhos.

Toquei suas mãos e notei como eram macias. Fechei meus olhos com força até sentir uma brisa fria e fresca. Um vento gelado levantou meus cabelos e então eu abri os olhos.

Eu estava em uma colina, onde partículas de neve caiam delicadamente no chão. Havia uma flor bonita azul no chão por toda a parte.

Apesar do clima fresco não parecia estar muito frio. O sol estava radiante em um céu limpo e sem nuvens e eu também não sentia calor.

Neve e sol, só poderia ser ambíguo mesmo o refúgio do senhor do Equilíbrio. Ele me encarou enquanto eu fitava cada detalhe do lugar. Era bonito apenas muito bonito.

- O que você faz aqui Vegas? - pergunto.

- Hum... Eu geralmente escuto as orações das pessoas e observo suas vidas. Também venho aqui quando quero ficar só e olho pra paisagem e tento não pensar em nada por um tempo.

- Legal a piada de ficar só, você está sempre só. - digo e vejo sua expressão ficar fechada.

- Você é bem ácido para um anjo. - reclamo.

- Você é bem indiferente para um deus.

- É o esperado de mim. - ele soltar o ar como se estivesse cansado.

- Desculpa. - peço sem saber o motivo exato.

- Pete eu vou deixar você ouvir o que eu escuto um pouco. Se ficar muito difícil para você eu vou parar. - ele diz.

Não entendi o motivo dele querer me mostrar. Mas eu sou um anjo, não sou um simples humano. Eu posso aguentar tranquilamente essas vozes.

O som de bilhões de pessoas falando ao mesmo tempo era a pior cacofonia já ouvida em toda a história dos seres vivos.