Planos Divinos (VegasPete)

...Dois...

Vegas POV

Tudo no mundo é sobre bondade e maldade, anjos e demônios. Você é filho de Deus ou do Diabo, o dia ou a noite, a luz e a escuridão. Mas eu não sou nem um destes.

Sou o equilíbrio perfeito entre o bem e o mal não sou tendencioso nem para cá e nem para lá. Sou Vegas uma divindade que representa a neutralidade.

Existe mais nesse mundo do que os conceitos contidos em livros velhos e ideologias forçadas. Não existe uma única história, e sequer a dita verdade única.

A verdade? Está fragmentada e cada um tem um pouco dela mas nunca ela toda. Assim como Deus não é um ser unicamente bom. E o outro não é unicamente mal.

Tudo na vida é mais do que se sabe e eu sou um ser além de Deus. Isso mesmo, nem o ser que representa a luz e nem o ser que representa a escuridão tem poder e influência sobre mim, pois sou o absoluto equilíbrio.

Desde a eternidade nunca dei atenção mais que devida a uma pessoa. Nunca troquei muitas palavras com ninguém ou me envolvi com a vida, seja espiritual, seja mortal.

Vivi cumprindo únicamente a minha função de ser neutro e tratar todos igualmente. Porém não foi isso que aconteceu no dia em que vi aquele anjo caído em meio ao desespero.

Ele parecia um filho que perdeu a aprovação do pai. As vezes divindades ficam magoadas só por serem questionadas. Mas a verdade é que tudo que existe nesse mundo pode ser questionado até mesmo uma divindade.

Aquele anjo estava prestes a desistir de tudo e eu ouvi seus pensamentos tão altos e claros na minha cabeça que reverberou em mim.

"Que valia tem lutar contra os seres supremos? Sou apenas um anjo comum, jamais conseguirei saber mais que eles. Eles decidem se eu vivo, se eu morro e se eu amo. Vou arrancar de mim essa consciência que questiona e discorda e hei de me tornar submisso a esses seres supremos a mim."

Mas ele estava errado, meu coração acelerou ao assistir ele desistir. Como se uma força maior que eu estivesse em ação e um outro deus brincasse comigo. Eu senti empatia, senti um profundo desejo de o proteger de toda essa confusão.

Ele parecia solitário e confuso, seu rosto era bonito. Deverás o rosto mais lindo que eu já vi. Seus cabelos caiam sobre o rosto e lhe davam um aspecto sombrio.

Sua áurea era pura e brilhante mas parecia ferida. Era um anjo diferente, ele tinha o coração partido. Mesmo vendo de tudo nesse mundo após tanto tempo nunca havia visto pessoalmente um anjo que já tivesse sido machucado por amor.

O ser que não ama e nem odeia nada, não se interessa e nem é desinteressado em nada estava curioso para ver mais de perto aquele ser.

Como se fosse meu destino, como se a roda do universo tivesse mudado meu curso algo mudou em meu coração quendo eu o vi.

***

Quando ele acordou no outro dia no hospital tinha uma expressão confusa. Eu parecia humano, me vestí como um humano comum.

Ele sentou na cama e ficou olhando para o decote na minha camisa. Meus olhos encontraram os dele e ele pareceu se envergonhar.

- Pete você está bem ? - pergunto.

- Estou bem sim. - ele tem um sorriso gentil.

Eu sou neutro então não sou como as divindades que emitem auras de poder. Por isso mesmo ele sendo um anjo jamais perceberia que eu não sou uma pessoa comum.

- Paguei a conta do hospital. - aviso.

- Muito obrigado pela sua gentileza. Rezarei que meu senhor retribua a você a vontade que forneceu a mim. - ele diz e então faz uma reverência com a cabeça juntando as mãos junto.