Às cinco e quarenta da tarde Lisandra estava de pé em frente ao seu closet, sem saber o que deveria usar. Ela não sabia o que Viviane tinha em mente, mas tinha certeza de que seria algo inesquecível. Pegou alguns vestidos, blusas, shorts, bermudas e saias; despejou−os em cima da sua cama e tentou fazer montagens de alguns looks que parecessem casuais naquela noite.
Pegou um vestido azul, sem alças. Ele era justo no busto, valorizando seus seios e de saia rodada. Pensou em vesti-lo, mas lembrou-se de que se fossem sair, talvez precisasse pular a janela do quarto e pular de vestido não era uma boa ideia. Jogou-o dentro do closet novamente pegando em seguida uma saia longa, com estampas africanas, e uma camiseta regata preta, mas ela havia acabado de devolver o vestido ao closet por motivos óbvios de não poder sair pela janela, então, fazendo sinal de negação com a cabeça, devolveu a saia para o closet. Observou suas opções e chegou à conclusão de que não poderia usar nada longo demais, principalmente levando no currículo uma grande lista de acidentes causados pela sua falta de atenção e coordenação. Nem curto demais, pois não queria chamar a atenção de ninguém.
Lisandra passou torno de cinquenta minutos na frente do espelho, vestindo e tirando roupas, tentando achar uma que fosse ideal para seja lá que sua amiga estivesse pensando em fazer. Por fim, acabou vestindo um short jeans, com alguns detalhes em dourados e uma blusa de manga curta branca, com a estampa de um gatinho siamês.
- Está perfeito assim - disse para seu reflexo, avaliando a roupa. Deu uma volta na frente do espelho e aprovou o resultado. O short não era muito curto e valorizou o seu bumbum. A blusa, apesar de um pouco comprida, a deixava despojada, do jeito que sempre gostou de se vestir.
Olhou para o seu cabelo, os cachos rebeldes que se amontoavam e davam um trabalho imenso para desembaraçar.
- Hm... o que eu faço com essa juba? - questionou-se, segurando um pente na mão direita. - Tentar algum penteado decente vai demorar demais, não quero perder tempo com um cabelo. - suspirou e olhando em volta encontrou uma tiara vermelha, largada sobre a cômoda. - Isso, será você! - pegou a tiara, espalhou um pouco de creme para pentear nos cachos para amansar e, logo em seguida, colocou a tiara. Olhou-se novamente no espelho - Ótimo!
Dispensou a maquiagem, colocou apenas um colar com pingente de coração, que comprara no ano anterior, pôs algumas pulseiras em seu pulso esquerdo, aplicou perfume sobre a pele e desceu.
A campainha soou algumas vezes, enquanto Lisandra descia as escadas. Ana, filha da Helena, correu para atender. Ela tinha cerca de 20 anos e trabalhava na mansão Riley desde os 16. Assim como Lucy e Carl, Helena e sua filha eram consideradas parte da família. Ana sabia que não precisava trabalhar na casa, pois teria tudo o que quisesse como se fosse a própria filha de Mark e Sheila Riley. Mas, ela não achava justo que sua mãe se acabasse daquela forma, enquanto ela desfrutava de todo luxo que poderia ter ao alcance das mãos.
- Filha, eu acho que você desceu na hora certa. - disse sua mãe, desviando o olhar da porta para a garota, sorrindo que se aproximou da mãe, beijando-lhe a face e sentou-se entre ela e a governanta.
Gostava de ficar entre as duas, era onde se sentia protegida. Olhou para sua mãe, admirando os cachos que sempre permaneciam no lugar, diferente dos seus. Os olhos castanhos, bem profundos e brilhantes, sua estatura média e postura extremamente elegante.
- O que foi? - sua mãe questionou, percebendo o olhar avaliativo da filha. - Há algo errado com a minha roupa? Meu cabelo?
- Não mãe! - a garota riu. Sua mãe era uma mulher linda e se importava muito com a sua aparência, apesar de Lisandra achar aquilo fútil e sem fundamentos. - Estava me perguntando se um dia meu cabelo ficará tão manso quanto o seu.
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Segredos dos Mundos - Livro I: A Encaminhadora de Almas
FantasyEm toda sua vida Lisandra jamais imaginaria que teria poderes sobrenaturais ou que sua vida poderia mudar de forma drástica ao que é avisada de que se mudará para um lugar do qual nunca escutou falar em suas aulas de Geografia na escola, que transfo...