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  🌔  06/2009 🌖

Quando duas forças opostas se chocam, o estrago feito pode ser tenebroso, quase irreparável. Quando essas forças são comparadas à dois corações que se amam, mas que não entram em consenso, pode-se dizer que uma guerra fria está instalada naquele lugar. Com Alastair e Diana não era diferente: uma guerra fria havia se instalado entre os dois, quando Alastair decidira ir embora largando sua mulher grávida para trás. O problema, é que eles misturaram os problemas pessoais com o trabalho e agora, como resultado, tinham duas forças opostas lutando por motivos desconhecidos até por eles mesmos.

— Por que fomos convocados? — uma mulher morena de olhos claros questionava para um garoto de, aparentemente, quinze anos que se encontrava de pé, apoiado em um tronco de árvore.

— Parece que a grandona ali teve um reencontro familiar. — um homem alto de cabelos escuros e mechas avermelhadas respondeu.

— Sargento Kyle? — a mulher questionou abismada.

— Tenente Leslie. — Kyle a saudou com uma reverência breve, apenas curvando a cabeça.

— Achei que sua presença entre nós não fosse tão requisitada, depois do último problema extracurricular. — a voz de Leslie transbordava ironia, assim como o brilho no seu olhar.

— E eu não fui requisitado, vim porque quis mesmo. — Kyle respondeu, com toda sua arrogância masculina, o que fez Leslie revirar os olhos.

— Parece que não somos os únicos aqui... — ela murmurou olhando em volta, enquanto uma legião de Anjos e Encaminhadores surgiam por entre muitas das árvores ali presente.

— Isso vai ser interessante... — sussurrou Kyle, mais para si mesmo que para as pessoas ao seu redor, com a mão no queixo e um brilho de curiosidade nos olhos.

— Venham todos! — a voz de Diana ecoava pelo local. — Chegou a hora, irmãos! Precisamos nos unir e lutar contra as forças inimigas! — ela bradava para os companheiros recém-chegados. — Vamos lutar com tudo o que temos para impedir a desordem e o desequilíbrio dos mundos!

— Belo discurso... — ironizou Alastair com uma enorme arrogância na voz, olhando para a mulher que um dia chamou de sua.

— Verá que não só o discurso é belo, Ceifador. — respondeu, com a mesma arrogância da qual ele havia falado com ela.

— Gostava mais quando me chamava de "querido" ou "amor". — zombou Alastair, franzindo o cenho, demonstrando estar desapontado.

— Ora, Alastair... poupe-me do seu cinismo.

— Diana, minha querida, acho que podemos resolver nossos problemas sem envolver todas essas pessoas... — disse Alastair, apontando ao redor deles, onde pessoas trajando capas negras e mantos brancos se amontoavam.

— Sugere que sentemos e conversemos tomando uma boa dose de Uísque, Alastair? — Diana levantou uma de suas sobrancelhas, com um sorriso sútil nos lábios. — Acha que está lidando com algum negociador?

— Quando se trata de família, sempre podemos negociar, minha querida.

Família? — ela repetiu, a ironia escapando por cada palavra. — Que família, Alastair? Você foi embora e me abandonou com uma criança no ventre! — a mulher cuspiu as palavras em um berro estridente.

— Não tem o direito de me julgar por isso, você deveria ter me dito! — o homem ralhou de volta, a voz grave e firme, transbordando raiva. — Você me deixou ir, Diana...

— Não se atreva a colocar a culpa em mim. Sua sede de poder falou mais alto. Esperei você voltar por meses, Alastair. Foram os meses mais dolorosos da minha vida.

Segredos dos Mundos - Livro I: A Encaminhadora de AlmasOnde histórias criam vida. Descubra agora